Cinco seleções da Ásia e a Austrália, da Oceania, estarão entre as 32 que disputarão a Copa do Mundo de 2022. Sede da competição, o Catar terá a companhia continental de Arábia Saudita, Coréia do Sul, Irã e Japão. Ao longo de 21 edições, 11 países asiáticos e dois oceânicos disputaram o Mundial.
O Catar será o único estreante deste ano, portanto, se tornará o 12º de seu continente a participar da maior competição do futebol.
Adiante, fique por dentro dos números de vitórias, derrotas, gols e artilheiros, além do desempenho das seleções de ambas as regiões em Copas até a edição de 2018.
Apesar de pertencer à Oceania, Austrália não disputa mais as eliminatórias do próprio continente
Austrália e Nova Zelândia foram as únicas representantes da Oceania em mundiais.
Os neozelandeses estiveram presentes em 1982 e 2010. Nesta última registraram um raro desempenho: foram eliminados na primeira fase empatando todas as suas três partidas.
Já a Austrália irá para a sexta aparição. As duas iniciais ocorreram em solo alemão numa distância de 32 anos. Sua estreia data da Copa de 1974 e o retorno em 2006. Esta edição, inclusive, marcou a última dos “Socceroos” nas eliminatórias da Oceania.
Havia uma enorme discrepância de nível entre o país e os demais concorrentes do continente. A federação australiana há décadas pleiteava junto à AFC (Confederação Asiática de Futebol) sua participação nas eliminatórias. Tal atitude seria benéfica não somente na equiparação de forças com outras seleções, como também na possibilidade de conseguir a classificação direta, já que a equipe verde e amarela geralmente ficava pelo caminho na disputa de repescagem. A Fifa nunca cedeu vaga automática à OFC (Confederação de Futebol da Oceania).
Após a permissão concedida pela AFC em 2005, a Austrália passou a competir contra os asiáticos a partir das eliminatórias para a Copa de 2010. Desde então, nunca mais ficou fora.
Sua melhor performance ocorreu em 2006, quando foi eliminada nas oitavas de final pela Itália, posterior campeã daquele certame.
Estreia de um país asiático em Copa do Mundo ocorreu na terceira edição
A Ásia teve a Indonésia, ainda sob o nome de Índias Orientais Holandesas, como sua primeira figura em Copas. O debute ocorreu em 1938. Aquela seleção caiu logo na estreia ao sofrer um sonoro 6 a 0 para a Hungria, futura vice-campeã.
Após ausência em 1950, o retorno de uma seleção do continente ocorreu em 1954. A exemplo da Indonésia, a Coreia do Sul também não fez um bom papel. Pior: sofreu duas goleadas acachapantes que a eliminaram do torneio. Pela fase de grupos, os sul-coreanos foram vítimas da segunda maior goleada da história das mundiais, um 9 a 0 desferido pela Hungria de Ferenc Puskás e Sándor Kocsis. Na partida seguinte houve outra derrota humilhante, desta vez por 7 a 0 para a Turquia.
O regresso de uma nação asiática aconteceu em 1966 depois de um hiato de duas edições. Desta vez, enfim, houve uma boa campanha protagonizada pela Coreia do Norte.
Somente a partir de 1978 os selecionados da AFC passaram a obter frequência e participam de todos os mundiais desde então.
Desempenho da região possui poucos destaques
China, Emirados Árabes, Irã, Iraque, Israel e Kuwait nunca passaram da fase de grupos em suas participações. A Indonésia jogou apenas a partida mencionada diante da Hungria pelas oitavas de final. O sistema daquela edição iniciou já na fase eliminatória.
O Japão parou nas oitavas de final em três ocasiões: 2002, 2010 e 2018. Na mais recente, inclusive, poderia ter cruzado o caminho da seleção brasileira nas quartas de final. Os japoneses abriram 2 a 0, entretanto, sofreram uma incrível virada no final e caíram para a Bélgica, que posteriormente eliminaria o Brasil e terminaria na terceira posição.
Outra seleção a parar nesta fase foi a Arábia Saudita, derrotada por 3 a 1 para a Suécia, terceira colocada em 1994.
Já a Coréia do Norte surpreendeu logo em sua estreia e alcançou as quartas de final da Copa de 1966. Assim como nos dois exemplos anteriores, a equipe foi eliminada por outra que viria a conquistar um terceiro lugar. Trata-se da seleção portuguesa do lendário Eusébio, artilheiro daquela edição com nove gols.
Sob muitas polêmicas, Coréia do Sul registrou o melhor resultado de um país oriental em mundiais
Em 2002, quando sediou o evento em conjunto com o Japão, a Coréia do Sul conseguiu um expressivo porém questionável quarto lugar. Dois jogos polêmicos pelas oitavas e quartas de final marcaram sua trajetória.
A Itália foi eliminada esbravejando contra lances capitais ocorridos na prorrogação. Ao fim da primeira etapa extra, houve muita reclamação pela expulsão de Totti, acusado pelo árbitro equatoriano Byron Moreno de simular um pênalti. No segundo tempo a arbitragem assinalou impedimento e anulou incorretamente um gol de Tommasi. A Azzurra, portanto, se viu prejudicada em ambas as chances criadas para marcar o “Gol de Ouro” e assim avançar de fase. O golpe fatal nos europeus ocorreu a três minutos do fim. Ahn Jung Hwan acertou uma cabeçada que decretou a passagem asiática às quartas de final.
Por esta fase a Espanha fez valer ao pé da letra seu apelido de “La Furia” e saiu de campo para lá de furiosa com a anulação de duas oportunidades. O árbitro egípcio Gamal Ghandour apitou uma carga questionável de Baraja sobre Kim, autor do gol contra. Posteriormente um de seus assistentes marcou, erroneamente, uma saída de bola pela linha de fundo num cruzamento de Joaquín, complementado para o gol na cabeçada de Morientes.
E as polêmicas não pararam por ali. Ghandour ignorou um adiantamento acintoso de Kim Tae-Young ao defender a cobrança de Joaquín na disputa de pênaltis. O capitão Hong Myung Bo converteu sua batida e classificou uma seleção asiática pela primeira vez à uma semifinal de Copa do Mundo. A Coréia do Sul ficou com a quarta colocação após derrotas para Alemanha, na semifinal, e Turquia, na disputa do terceiro lugar.
Campanhas das seleções
Recordistas de participações do continente, os sul-coreanos embarcarão rumo à sua 11ª edição, a décima em sequência. O Japão irá para seu sétimo Mundial, todos de forma consecutiva. Arábia Saudita, Austrália e Irã, também classificados, competirão pela sexta vez.
Oceania
Austrália – 5 (1974, 2006, 2010, 2014 e 2018)
16 jogos: 2 vitórias, 4 empates e 10 derrotas
Gols: 13 marcados e 31 sofridos, saldo de -18
Artilheiro: Tim Cahill – 5 gols
Melhor campanha: Oitavas de final (2006)
Nova Zelândia – 2 (1982 e 2010)
6 jogos: 3 empates e 3 derrotas
Gols: 4 marcados e 14 sofridos, saldo de -10
Artilheiros: Winston Reid, Shane Smeltz, Steven Sumner e Steven Wooddin
Melhor campanha: 1ª fase
Ásia
Coréia do Sul – 10 (1954, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018)
34 jogos: 6 vitórias, 9 empates e 19 derrotas
Gols: 34 marcados e 70 sofridos, saldo de -36
Melhor campanha: 4º lugar (2002)
Artilheiros: Ahn Jung-hwan, Park Ji-sung, Son Heung-min – 3 gols
Japão – 6 (1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018)
21 jogos: 5 vitórias, 5 empates e 11 derrotas
Gols: 20 marcados e 29 sofridos, saldo de -9
Artilheiro: Keisuke Honda – 4 gols
Melhor campanha: Oitavas de final (2002, 2010 e 2018)
Arábia Saudita – 5 (1994, 1998, 2002, 2006 e 2018)
16 jogos: 3 vitórias, 2 empates e 11 derrotas
Gols: 11 marcados e 39 sofridos, saldo de -28
Artilheiro: Sami Al-Jaber – 3 gols
Melhor campanha: Oitavas de final (1994)
Irã – 5 (1978, 1998, 2006, 2014 e 2018)
15 jogos: 2 vitórias, 4 empates e 9 derrotas
Gols: 9 marcados e 24 sofridos, saldo de -15
Artilheiros: Sohrab Bakhtiarizadeh, Iraj Danaeifard, Hamif Estili, Yahya Golmohammadi, Reza Ghoochannejhad, Mehdi Mahdavikia, Hassan Rowshan e Karim Ansarifard – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase
Coréia do Norte – 2 (1966 e 2010)
7 jogos: 1 vitória, 1 empate e 5 derrotas
Gols: 6 marcados e 21 sofridos, saldo de -15
Artilheiro: Pak Seung-zin – 2 gols
Melhor campanha: Quartas de final (1966)
China – 1 (2002)
3 jogos: 3 derrotas
Gols: Nenhum marcado e 9 sofridos, saldo de -9
Melhor campanha: 1ª fase
Emirados Árabes – 1 (1990)
3 jogos: 3 derrotas
Gols: 2 marcados e 11 sofridos, saldo de -9
Artilheiros: Ali Jumaa e Khalid Ismail – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase
Índias Orientais Holandesas/atual Indonésia – 1 (1938)
1 jogo: 1 derrota
Gols: Nenhum marcado e 6 sofridos, saldo de -6
Melhor campanha: Oitavas de final (1ª fase na época)
Israel – 1 (1970)
3 jogos: 2 empates e 1 derrota
Gols: 1 marcado e 3 sofridos, saldo de -2
Artilheiro: Mordechai Spiegler – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase
Iraque – 1 (1986)
3 jogos: 3 derrotas
Gols: 1 marcado e 4 sofridos, saldo de -3
Artilheiro: Ahmed Hadhi – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase
Kuwait – 1 (1982)
3 jogos: 1 empate e 2 derrotas
Gols: 2 marcados e 6 sofridos, saldo de -4
Artilheiros: Faisal Al-Dakhil e Abdallah Al-Buloushi – 1 gol
Melhor campanha: 1ª fase