O PSG começou a temporada “voando” no 3-4-1-2 de Christophe Galtier. No entanto, alguns problemas começaram a surgir e o treinador teve que repensar um novo esquema tático. Agora, a equipe de Paris voltou a ter uma linha de quatro jogadores na defesa, um trio no meio-campo e Lionel Messi, Kylian Mbappé e Neymar como os atacantes. Além das lesões, o técnico detectou algumas falhas no antigo sistema e mudou de rota imediatamente.
O 4-3-3, com variação para 4-3-1-2, coloca Messi mais próximo do gol, tira Mbappé da função mais centralizada – posição que o francês chegou a reclamar – e deixa Neymar com liberdade para flutuar no meio como um típico 10, tudo isso com suporte dos três meio-campistas mais recuados.
A missão de Galtier parece simples, mas está longe de ser. Como grandes estrelas do futebol mundial, Messi, Neymar e Mbappé naturalmente têm menos funções defensivas. Na prática, muitas vezes, o PSG marca com sete jogadores de linha. Encontrar o equilíbrio requer muito trabalho.
Contra o Olympique de Marselha ficou evidente como o treinador francês está buscando soluções para facilitar a vida do trio e, ao mesmo tempo, equilibrar as ações entre ataque e defesa. O meio-campo foi montado com Verratti, o mais qualificado em passes no setor, como primeiro volante, Fabían Ruiz e Vitinha um pouco mais à frente e Neymar completando uma espécie de losango. Na frente, Mbappé caiu mais pela esquerda, não como um ponta enfiado na linha lateral, mas tendo a liberdade para se movimentar e buscar jogadas de 1 contra 1 em velocidade.
Messi, sempre letal perto do gol, está jogando mais ao lado de Mbappé, com Neymar vindo de trás. Já com 35 anos e sem a arrancada de outros tempos, o argentino mostra grande evolução em comparação com a temporada passada. Ele vem tendo um 2022/23 de muitos passes e gols: são oitos gols e oito assistências até o momento, segundo o Transfermarkt.
Após um jogo da seleção francesa, Mbappé disparou: “Tenho muito mais liberdade aqui (na seleção). Posso andar por aí, buscar espaços, pedir bolas. Em Paris é diferente, não tem isso, me pedem para fazer o pivô”, reclamou o camisa 7 do PSG na ocasião.
Em entrevista coletiva, Galtier confessou que a reclamação do jogador é um dos motivos para a troca de posições: “Simplesmente tentamos encontrar as melhores combinações possíveis. Evidentemente que ouvi Kylian Mbappé… não por um mal-estar, mas pelo fato de ficar na sua zona de preferência. É também por isso que procuramos um esquema diferente”, revelou o comandante do PSG.
Outra mudança importante neste novo esquema é o fato de existir uma saída de bola com volantes colados nos zagueiros. A primeira fase de construção é auxiliada por um dos volantes, enquanto os laterais avançam para serem opções já na linha de meio-campo, como alas.
Fato é que Galtier pensa “fora da casinha” e busca encontrar soluções táticas para o PSG. Dinâmicas com o trio de ataque, triangulações, situações para gerar espaços fazem parte do pacote de ideias da equipe de Paris.