Home Futebol Fluminense encontra alívio e respostas em vitória justa sobre o Flamengo; confira a análise

Fluminense encontra alívio e respostas em vitória justa sobre o Flamengo; confira a análise

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca as escolhas de Fernando Diniz e Dorival Júnior no jogo deste domingo (18)

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

É possível sim questionar os critérios do árbitro Raphael Claus sobre o pênalti de Santos em cima de Cano, a suposta falta de Manoel em cima de Gabigol e a confusão do final da partida deste domingo (18). Por outro lado, a vitória do Fluminense se justifica a partir do momento em que analisamos mais a fundo o que aconteceu dentro das quatro linhas. Enquanto o time de Fernando Diniz mantinha a concentração nos momentos decisivos e aproveitava as poucas chances que tinha, o Flamengo pecava demais pelas chances desperdiçadas. Acabou que o triunfo sobre o maior rival trouxe o alívio e as respostas que o Tricolor das Laranjeiras procurava depois da eliminação na Copa do Brasil.

Isso porque os questionamentos dirigidos para Fernando Diniz (vários deles desonestos e levianos) se multiplicaram depois da derrota para o Corinthians. E o mais interessante da vitória sobre o Flamengo é que o Fluminense não mudou seu jeito de jogar. O time continuou agressivo nas transições, buscando sempre a saída por baixo e aglomerando seus jogadores no setor onde está a bola. A única mudança foi o retorno do ótimo André, jogador que fez muita falta na última quinta-feira (15) e que já é um dos pilares da equipe das Laranjeiras.

O Flamengo, por sua vez, também manteve seu estilo e jogou dentro das suas características. Faltou, conforme mencionado anteriormente, aproveitar melhor as chances e colocar a bola no chão (um dos pontos fortes do time de Dorival Júnior). A impressão que ficava era a de que o Fla parecia mais pilhado e mais desgastado do que o normal. E isso pode ser um problema quando se pensa na decisão da Copa do Brasil e da Libertadores. Ao mesmo tempo, largar o Brasileirão não parece uma boa ideia depois da quebra da sequência invicta de jogos.

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Sobre o jogo deste domingo (18) em si, Flamengo e fluminense entraram em campo com suas formações habituais. Dorival Júnior apostava no “time das Copas” e no seu 4-3-1-2/4-3-3 costumeiro com Pedro, Arrascaeta e Gabigol pressionando a última linha de defesa, Everton Ribeiro vindo de trás com a bola dominada e Rodinei voando pela direita. Do outro lado, Fernando Diniz manteve seu 4-2-3-1 costumeiro com a manutenção de Martinelli e Caio Paulista no time e o retorno de André para a “volância”. Mais à frente, Paulo Henrique Ganso procurava mais o lado direito para distribuir passes e Jhon Arias e Matheus Martins exploravam bastante a cobertura defensiva problemática do seu rival.

Formação inicial das duas equipes no Maracanã. Flamengo e Fluminense não mudaram seu estilo de jogo.

É interessante notar que a penalidade questionável de Santos (ou Léo Pereira) em Cano nasceu de uma escapada de Matheus Martins às costas de Rodinei e de bola rebatida pelo goleiro do Flamengo. Ainda que a decisão de Raphael Claus possa ser questionada, um pouco de concentração nesse momento poderia ter evitado o pior para o time de Dorival Júnior. Ao mesmo tempo, o Fluminense jogava de maneira até certo ponto confortável diante do contexto que lhe era apresentado. Principalmente por conta do espaço que Jhon Arias e o já citado Matheus Martins tinham para avançar. E o posicionamento do meio-campo (quase um 4-1-4-1) ajudou muito para tirar o espaço que o Fla tanto buscou.

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Esse é um ponto importante. “Jogar bem” não significa apenas vencer jogos. Significa entender o contexto, buscar soluções rápidas para problemas que possam aparecer dentro de campo e adaptar o time para que se possa tirar o melhor proveito de cada situação. Foi basicamente isso que o Fluminense fez neste domingo (18). O gol marcado por Nathan aos 30 do segundo tempo, em lance que resume bem o estilo de jogo proposto por Fernando Diniz e a qualidade de jogadores como Ganso. Este acabou sendo mais uma vez o grande destaque do jogo ao lado do goleiro Fábio. E não é à toa que todas as jogadas de ataque do Fluminense recebam o seu “carimbo”. Poucos encontram espaços como ele no futebol brasileiro.

Gabigol ainda descontou aos 37 minutos do segundo tempo, mas o Flamengo não teve forças e nem cabeça para colocar a bola no chão e vencer o goleiro Fábio. A confusão no final da partida, o cartão vermelho dado erroneamente para Manoel e a maneira como ela foi conduzida por Rapahel Claus mostram que há algo de muito errado com a arbitragem brasileira. Se é desse jeito que o escolhido pela CBF para ir para a Copa do Mundo do Catar aplica seus critérios num jogo “local”, imagina o que não fazem os árbitros que apitam jogos “menos importantes” pelo país adentro. Há como questionar uma série de decisões suas, menos o fato de que ele foi o pior em campo no Fla-Flu deste domingo (18).

Mas nem isso tira os méritos de um Fluminense aplicado e ciente daquilo que precisa ser feito com e sem a bola. A vitória sobre o Flamengo trouxe o alívio necessário e respostas para as críticas feitas ao time e a Fernando Diniz depois da eliminação na Copa do Brasil. O time está no caminho certo. E não será uma derrota que vai apagar todo o trabalho feito em 2022.

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