A Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, marcou a volta do Brasil ao topo do futebol mundial após 24 anos. Porém, para o comentarista Silvio Lancelotti, especialista em futebol italiano que morreu na última terça-feira (13), esta deveria ter sido a Copa de Maradona, que seria sua terceira pela Argentina.
Em publicação na Folha de São Paulo em 1994, Lancelotti já havia publicado sobre a armação contra o ex-meia naquele Mundial. Porém, em sua coluna no R7 um dia após a morte de Maradona, em 2020, o comentarista lembrou a “tramoia”.
“Depois, na Copa de 1990, na Bota, eu pude testemunhar de que maneira o Diego, já um campeão do mundo no México em 1986, estoicamente se recuperou de uma tenebrosa lesão de tornozelo”, lembrou Silvio Lancelotti em trecho publicado em sua coluna e reproduzida pelo jornalista Talles Torraga, do UOL Esporte.
“E enfim, na Copa de 1994, nos Estados Unidos, pude testemunhar a tramoia indecente, perversa, grotesca, que o tirou daquela competição.”
O doping de Maradona e o fim do sonho
Para Silvio Lancelotti, não há dúvidas de que a Argentina era a melhor seleção da Copa do Mundo de 1994, e não o campeão Brasil. Ele questionou o “idiota absoluto” Daniel Cerrini, médico que prescreveu a medicação que continha efedrina, substância proibida no futebol, mas autorizada em esportes americanos.
“Remanesce um resumo da ópera: a distração de um idiota absoluto, o tal Cerrini, arruinou um trabalho maravilhoso, e coletivo, da nova transformação do Diego. A Argentina, sem dúvida, ostentava a melhor seleção da Copa dos EUA”, escreveu na época Lancelotti.
“Na integralidade, completa e livre de abalos, bem mais provável que fosse a Argentina, não a Itália, a rival do Brasil naquela decisão horrorosa, a única final da antologia do futebol que ficou no 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.”