O técnico Vítor Pereira, do Corinthians, explicou durante a feita Brasil Futebol Expo, organizada pela CBF, o motivo para os técnicos portugueses estarem tão em alta não só no Brasil, mas também no mundo. Nomes como o dele, de Abel Ferreira e de Jorge Jesus marcaram o país, enquanto longe da América do Sul treinadores como José Mourinho, André Villas Boas, Nuno Espírito Santos, Carlos Queiroz, entre outros, têm espaço em grandes ligas da Europa.
Para o treinador do Corinthians, tudo isso se dá pela aliança entre teoria e prática. Ele explicou que os estudos ganharam espaço no futebol português, e não apenas a experiência prática de ex-atletas para comandarem as equipes.
“Quando eu estava na faculdade, tive a sorte de apanhar o Vitor Frade, com uma visão de treino e jogo, à frente do seu tempo, o tal ‘Da Vinci’ da vida, que consegue vislumbrar o futuro. Para mim, era impossível ser treinador em Portugal”, lembrou Vítor Pereira sobre o início de carreira, quando quem comandavam times no país eram apenas ex-atletas.
“Como jogador, joguei na terceira divisão, e quem era treinador em Portugal? Eram ex-jogadores, que tinham feito uma carreira na primeira liga portuguesa.”
A união de teoria e prática entre técnicos portugueses
Ele então explicou sua ideia sobre a união de teoria e prática e citou nomes de treinadores portugueses para exemplificar.
“Isso não quer dizer que muitos desses treinadores não tenham qualidade, porque têm e continuam ter. Eu comecei a estudar também. Carlos Queiroz, que não tinha jogado em lugar nenhum, um teórico sem prática, foi campeão do mundo duas vezes no sub-20”, destacou VP, que seguiu.
“Isso foi o despertar em Portugal para a teoria. Os presidentes em Portugal começaram a olhar para quem tinha a teoria de uma forma diferente.”
Até chegar em José Mourinho, o grande expoente de treinadores portugueses teóricos nos últimos anos.
“O (José) Mourinho também não foi grande jogador aparece com aquela qualidade toda, vindo da faculdade, começaram a olhar para o treino e para o jogo, com esse olhar de faculdade, e começaram a apostar neles.”