Em entrevista à revista norte-americana “Vanity Fair”, cuja capa da edição de setembro estampa, o piloto Lewis Hamilton discorreu sobre seu futuro na Fórmula 1; além disso, relembrou seu histórico na categoria automobilística.
Atualmente heptacampeão da Fórmula 1, Hamilton afirma que não teve vida fácil no início, porque não se via aceito no meio do esporte, destoando do padrão.
“Não me sentia aceito. Deus sabe quantos pilotos me disseram: ‘Um piloto de Fórmula 1 não é assim. Não é desse jeito que você deve se comportar. Não é assim que se faz. Tatuagens? Não. Um piloto de Fórmula 1 não tem tatuagens. Um piloto de Fórmula 1 não tem personalidade e piercings’”, disse o inglês em conversa divulgada nesta segunda-feira (8) pelo portal da revista.
Forçado a parar de usar acessórios neste ano, Hamilton decidiu encarar a categoria. Assim, compareceu a uma conferência coletiva no fim de semana do GP de Miami com os dedos cheios de anéis, os punhos ostentando três relógios e o pescoço mais um tanto de colares.
“Eu nunca gostei de que me dissessem o que fazer”, admitiu o piloto. “Na verdade, estava “f…dendo com tudo. Simplesmente coloquei tudo que podia”, declarou, relembrando o episódio.
Durante a entrevista, Hamilton também tratou da infância. Confessou ter sido expulso da escola depois de um diretor acusá-lo de agredir um colega de sala, bem quando tinha a chance de assinar um vínculo de desenvolvimento com a McLaren. Através do auxílio do pai, que entrou em contato com a família do aluno envolvido na agressão e conseguiu reverter o quadro, Hamilton voltou às aulas.
Depois, o inglês se tornou o primeiro piloto negro de toda a história da Fórmula 1. Ganhou sete títulos e ficou perto do oitavo na temporada, quando Max Verstappen o superou no controverso GP de Abu Dhabi, em que o holandês triunfou após questionada decisão de relargada do diretor de provas, Michael Masi, na última volta.
Infância, moda, música e culinária: mais tópicos que Hamilton abordou em entrevista
“Eu me lembro de estar sentado lá, sem acreditar. E percebia que o que eu precisava fazer era soltar meu cinto, sair de lá, escapar daquilo, procurar forças. Contudo, eu não tinha forças. Foi, portanto, um dos momentos mais duros, eu diria, que eu tive em muito tempo”, avaliou Lewis, que reconheceu que a opção de se aposentar da F1 na época era verdadeira. “Eu seguramente considerei se queria continuar.”
Com 37 anos, porém, o piloto da Mercedes pretende continuar; mas já traça planos para a vida pós-Fórmula 1. Hamilton quer participar de um filme; ademais, também mira o universo da moda, da música e da culinária. Conta, aliás, até com um restaurante vegetariano em Londres, que deve abrir uma filial nos Estados Unidos e tem o ator Leonardo DiCaprio entre os sócios.
Hamilton assegura que o público não irá se decepcionar com os novos destinos. “As pessoas falam: ‘Lewis Hamilton fazendo música? Ah, claro que vai ser ruim’. Mas isso é apenas até elas ouvirem as coisas que eu faço; então elas ficarão tipo: ‘Ah, até que você é bom’”, finalizou.