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Segundo ministro russo, Moscou está disposta a conversar com Washington sobre uma possível troca de presos. Griner foi condenada nesta quinta-feira (4)
Depois de Brittney Griner ter sido condenada a nove anos por tráfico de drogas, a Rússia declarou estar determinada para discutir uma possível troca de prisioneiros. Nesta sexta-feira (5), o ministro do exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou estava aberta a conversas com os Estados Unidos sobre o tópico. Griner está presa desde fevereiro.
“Estamos prontos para discutir o assunto, mas dentro apenas da janela de comunicação estabelecida entre os presidentes (Vladimir) Putin e (Joe) Biden”, disse Lavrov. “Há um canal especial estabelecido pelos presidentes e, apesar de algumas declarações públicas, ainda está funcionando”.
A provável troca de presos já estava sendo debatida há algumas semanas. O Kremlin chegou a negar a hipótese anteriormente, enquanto as discussões não vinham a público. A Casa Branca fez uma proposta oficial aos russos, envolvendo a troca de comerciante de armas Viktor Bout por Griner e Paul Whelan, aprisionado por suspeita de espionagem em 2018.
Bout havia sido condenado a 25 anos de prisão. Segundo a sentença, ele era acusado de “conspirar para vender armas a pessoas que querem matar americanos”. Moscou considera uma motivação política na prisão do “Mercador da Morte”, como ele é conhecido. O preso foi a inspiração para o personagem de Nicolas Cage no filme “Senhor das Armas”, de 2005.
Brittney Griner foi considerada culpada por tráfico de drogas com intenção criminal pelo tribunal da Rússia. Após um longo julgamento, encerrado nesta quinta-feira (4), a duas vezes medalhista olímpica foi condenada a nove anos de prisão, além de uma multa de um milhão de rublos, cerca de R$ 85.650.
Defesa de Griner vai recorrer
A acusação tinha pedido uma sentença de nove anos e meio de prisão para Griner. Entretanto, após a leitura do veredito, foi definida uma sentença quase máxima para a estrela da WNBA. Segundo a juíza, ela terá que cumprir a condenação em uma colônia penal na Rússia. Por sua vez, a defesa da jogadora afirmou que vai recorrer.
“Estamos muito desapontados com o veredito”, afirmou a defesa de Griner. “Como advogados, acreditamos que a corte deve ser justa com todos, independente da nacionalidade. Mas a corte ignorou completamente todas as evidências da defesa e, o mais importante, a declaração de culpa”.
Ao longo da audiência, Griner contou não ter tido a intenção de traficar drogas na Rússia. Ela atua pelo UMMC Ekaterinburg desde 2014, enquanto a WNBA está parada. De acordo com a jogadora, a maconha medicinal seria para tratar suas lesões crônicas.
“Eu cometi um erro honesto”, relatou Griner. “E espero que, pelas suas leis, não acabe com a minha vida aqui”.
