O ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet está sendo acusado nos últimos dias de ter usado um termo racista ao se referir ao piloto Lewis Hamilton. Na ocasião, ele chamou o heptacampeão de “neguinho”. Isso foi em 2021, quando comentava uma disputa entre Hamilton e Verstappen no GP de Silverstone.
“O “neguinho” meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, “aqui eu arranco ele de qualquer maneira”. O “neguinho” deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem”, disse.
Em um segundo momento, Piquet chegou a pedir desculpas. Porém, em uma nova declaração, o ex-piloto minimizou a sua fala, citando que não disse nada de errado.
“Isso é tudo besteira, eu não sou racista. Não há nada, nada que eu disse errado. O (termo) que eu usei é uma palavra muito suave, até usamos com alguns amigos brancos”, declarou Piquet, em entrevista ao “Motor Sport Magazine”, que emendou:
“Eu realmente não me importo, isso não atrapalha minha vida. Estou aqui com meus amigos, estamos nos divertindo, é isso.”
Por fim, Piquet ainda afirmou que suas falas foram distorcidas.
“Eu usei essa palavra quase um ano atrás, numa entrevista, e eles inventaram isso. Isso me causou alguns problemas, mas para ser honesto, eu realmente não me importo.”
Acusação também de homofobia
No último dia primeiro, dias depois do seu pedido de desculpas, outro trecho dessa mesma entrevista foi divulgado pelo portal “Grande Prêmio”. No momento referido, Piquet repete a fala racista e ainda tem uma fala homofóbica. Além disso, ele também ofende os ex-pilotos Keke e Nico Rosberg.
“O Keke? Era uma b… Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico), ganhou um campeonato, o neguinho (Hamilton) devia estar “dando mais c…” naquela época e estava meio ruim”, disse Nelson Piquet.
Piquet pode ter que pagar indenização milionária
Com acusações de racismo e homofobia, Nelson Piquet foi denunciado ao Ministério Público e de ações públicas por danos morais cuja indenização solicitada é de R$ 10 milhões.
O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do MPDFT corroborou o recebimento da queixa, que segue em análise, mas não deu detalhes da acusação. Três deputadas federais, segundo a Folha de S. Paulo, são as autoras da denúncia.
Já as ações públicas foram protocoladas por entidades de defesa aos direitos da população negra e da comunidade LGBTQIA+, como a Aliança Nacional LGBTI, o Centro Santos Dias de Direitos Humanos, A Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh) e a EducAfro.