No futebol brasileiro, estamos cansados de ver a famosa ‘cera’, que é quando um time, que está ganhando, começa a enrolar para bater falta, tiro de meta, lateral e tudo mais que possa deixar o jogo o mais tempo parado possível.
E o futebol permite isso, já que o cronômetro não para quando a bola está parada, como acontece no basquete, por exemplo. Além disso, o juiz acaba não acrescentando o justo.
Mas, se engana quem pensa que é só no Brasil que tem esse tipo de malandragem. A Liga MX, campeonato nacional do México, anunciou um novo método para dinamizar mais o jogo e tentar diminuir a ‘cera’.
No próximo campeonato, que acontece no segundo semestre deste ano, o chamado “Apertura 2022”, haverá um cronômetro controlando o tempo que leva para o jogo recomeçar em cada tiro de meta ou arremesso lateral.
Durante a competição, o atraso nessas interrupções será medido. A partir daí, a Federação Mexicana irá determinar o limite de tempo máximo para a reposição de bola nos torneios de 2023. Caso os jogadores não cumpram esta nova regra, serão punidos.
“A ideia de determinar um momento ideal para retomar é uma ideia de alguns donos de Ligas para aumentar o tempo efetivo (de jogo). Trata-se de determinar entre agora e as próximas duas semanas, quais são os tempos de medição das últimas quatro temporadas, de todos os jogos”, explicou Mikel Arriola, presidente da Liga MX em entrevista coletiva.
“Vamos determinar o tempo médio para retomar os lançamentos laterais e tiros de meta. Em janeiro veremos mais. Vamos definir o cronômetro para que seja retomado e não há desculpa”, completou, mostrando uma postura mais rígida.
Essa não é a primeira medida visando mais dinamismo no futebol mexicano
No ano passado, a Liga MX fez algumas mudanças visando um jogo mais corrido. Em um primeiro momento, os jogos tinham em média 47 minutos de bola rolando. Nessa temporada, com essas mudanças, o tempo líquido já passou para 51 minutos. Mikel Arriola também comentou sobre isso.
“Conseguimos espremer o limão e podemos tirar mais suco dele. 16 bolas em campo, mais continuidade dos árbitros. Dados verificados e eles aumentaram 10%”, comentou.
Por fim, o presidente disse que essas medidas podem fazer com que torne o Campeonato Mexicano, um torneio inovador para todo o mundo.
“Temos que fazer isso muito bem porque pode ser uma liga muito inovadora, como ligas que têm como a NFL, NBA”, comparou.
O anúncio veio nas vésperas da final do Campeonato Mexicano. Na próxima quinta (26), às 23h, Atlas e Pachuca fazem o primeiro jogo da final. O jogo da volta está marcado para domingo (29), às 22h10.
Essa é a final do torneio Clausura, que acontece no primeiro semestre do ano. No último Apertura, que terminou em dezembro, o Atlas se sagrou campeão após vencer o León, nos pênaltis.
O América é o time que mais vezes foi campeão mexicano, com 13 taças. Seguido por Chivas, que venceu 12, e pelo Toluca, que levantou 10 vezes a taça.
Entre os finalistas, o Pachuca tem 6 títulos, enquanto o Atlas tem apenas 2.