Saiba sobre as ideias e conceitos do comandante com passagens por Portugal e Espanha
Em uma entrevista exclusiva, o site torcedores.com teve a oportunidade de conversar com o treinador português, Paulo Meneses. Que falou sobre suas experiências profissionais, referências na profissão, entre elas, seus compatriotas José Mourinho e Jorge Jesus, como acompanha e observa o Futebol Brasileiro e a experiência que teve enquanto analista de Desempenho da Seleção da Espanha.
Atualmente treinador do Cehegin Deportivo, Paulo contou como gosta e costuma montar suas equipes
R: Quando falo das minhas equipes, é o mesmo que falar de uma identidade bem definida sempre presente, quer seja em Espanha, em Portugal, na Índia ou em outro país onde trabalhei, baseada num Modelo de Jogo flexível e adaptável ao contexto, à realidade onde estamos a trabalhar. Passo a explicar: eu tenho o meu Modelo de Jogo próprio, com as ideias gerais que quero sempre presentes nas minhas equipas. Numa linguagem mais correta em termos futebolísticos, diríamos que são os Grandes Princípios do Modelo de Jogo que estão sempre presentes. Neste caso e em termos gerais, quero uma equipe que seja inteligente em todos os momentos de jogo. Ou seja, preparar os jogadores (a nível individual, grupal, setorial e coletivo) para que interpretem o que fazer em cada Momento de Jogo e em cada Fase do Campo – disse Meneses
Que complementou da seguinte forma e ainda citou o José Mourinho como alguém que o ajudou na formação de treinador.
R: Quero que as minhas equipes sejam protagonistas com bola, que tentem dominar e controlar o jogo (com bola e sem bola). Quero que a minha equipa tenha um futebol positivo, de ataque. Gosto de um futebol alegre e que empolgue os adeptos no estádio (e em casa a quem assiste pela TV). Quero que a equipe jogue bom futebol, que domine o jogo com posse de bola pelo campo todo, que saque a bola desde trás para chegar com critério e qualidade à área adversária, que crie mais oportunidades que o adversário, que tenha uma forte reação à perda para não deixar o adversário contra-atacar confortavelmente. Quero uma equipe que tenha caráter com bola e sem bola, onde tenha intensidade sempre muito altas, baseadas numa agressividade (no bom sentido) com bola e sem bola, tudo isso são uma marca nas minhas equipas.
R:Para terminar a resposta a esta pergunta, parece-me essencial referir que, procurei o Professor Doutor Manuel Sérgio, (porque, segundo José Mourinho, Manuel Sérgio foi o melhor Professor que ele teve na mesma Universidade onde também estudei: Faculdade de Motricidade Humana) para saber mais (e melhor) sobre as Ciências Humanas no Futebol – tema tão debatido pelos observadores e escritores do trabalho do José Mourinho. Manuel Sérgio foi professor de Filosofia, trabalhou com o Jorge Jesus no Benfica em Portugal.
Além de José Mourinho, Paulo Meneses também falou sobre outros treinadores que gosta e admira. E um deles foi o treinador Vicente Del Bosque, campeão do Mundo com a Espanha.
R: O Mister Vicente Del Bosque é uma referência para mim enquanto Treinador, primeiro pelo que aprendi com o seu Staff durante os anos que trabalhei com eles na Seleção Espanhola de Futebol, isso não tem preço. Durante a preparação da Taça Confederações Brasil 2013, do Mundial Brasil 2014 e do Europeu França 2016, foram experiências incríveis em termos de crescimento pessoal e profissional. Todo o conhecimento que adquiri nesses anos com profissionais que ganharam tudo em contexto de equipe e seleção nacional
R:Diego Simeone e José Mourinho são referências para mim pela identidade que empregam nas suas equipas. Além disso, o facto de ter realizado estágios profissionais com ambos (Atlético Madrid e no Real Madrid) em 2012, tiveram desde esse momento uma influência no meu trabalho como treinador. Me identifico bastante com o Pep Guardiola, e tento aprender ideias das equipes dele, filtrando esses conceitos para logo eu poder acrescentar às minhas ideias (completando as minhas ideias) e assim poder ADAPTAR nas minhas equipes.
Para finalizar essa pergunta ele elogiou o atual treinador do Botafogo e também português, Luís Castro. Que vem fazendo brilhante trabalho com a equipe carioca e entrou no G-4 do Campeonato Brasileiro na última rodada depois de vitória contra o Fortaleza.
R: Tenho que referir Luís Castro (Botafogo), porque é um treinador que sabe estar. E este “saber estar” é muito, muito amplio e bastante difícil de conseguir no desporto. Vocês vão perceber a que me refiro, uma vez que vão ter a oportunidade de desfrutar da sua presença no campeonato Brasileiro. Klopp e Abel Ferreira, admiro-os pela comunicação muito simples e muito eficiente e também pela identidade muito forte que as suas equipas apresentam
Paulo Meneses atuou como analista de Desempenho na Seleção Espanhola durante a Copa das Confederações realizada no Brasil, onde a Espanha acabou fazendo a decisão e perdendo para o time brasileiro por 3 a 0. E ele contou como foi a experiência.
R: Eu estive com eles na preparação da Taça Confederações Brasil 2013, do Mundial Brasil 2014 e do Europeu França 2016, foram experiências mais incríveis em termos de crescimento pessoal e profissional. Estamos a falar de profissionais de excelência, que formaram a equipa técnica mais galardoada da história do futebol (ganhou os troféus mais importantes em termos de clube – Real Madrid, e em termos da seleção – Seleção Espanhola). Além desses logros, também treinaram alguns jogadores que poderão ser considerados por muitas pessoas como os melhores da história do futebol, como por exemplo: Ronaldo “Fenómeno”, Roberto Carlos, Zidane, Luís Figo, Fernando Hierro, Casillas, Iniesta, Xavi, Fernando Torres, etc. Tentei ajuda-los em tudo o que pude – desafiando-me em cada tarefa, dei o meu máximo para corresponder às expectativas do staff, sabendo também que seria assim que poderia crescer mais e mais. No que toca à aprendizagem, tentei aprender diariamente através dos trabalhos realizados com eles, e também através de muitos exemplos e muitas histórias que contavam constantemente de quando trabalharam com jogadores como Ronaldo “Fenómeno”, Roberto Carlos, Zidane, Casillas, Iniesta, Xavi…etc.
Atualmente treinador na Espanha, Paulo também passou trabalhou em Portugal, Índia, entre outros países e destacou como foi atuar nesses ambientes.
R: Para enquadrar essas experiências na Índia, Portugal e Espanha, creio importante explicar um pouco as minhas experiências em outros países, que funcionou como uma preparação prévia, para que possamos entender as razões pelas quais fui bem-sucedido na Índia, Portugal e em Espanha (de novo). Depois de ter estado no AD Alcorcón 2 temporadas, fui recomendado por pessoas da Seleção Espanhola nesse momento para ser treinador assistente na 1ª Liga do Panamá – no Chorrillo FC em 2014. O Chorrillo FC mudou de nome, o nome atual é CD Universitário (se trata de uma equipa grande que luta sempre pelo título de campeão – e que joga sempre a Champions League Concaf). Foi uma experiência incrível em todos os níveis. O nível de jogadores era bastante alto, tínhamos vários jogadores da Seleção de Panamá, 3 deles estiveram presentes no Mundial de Rússia 2018. Desse modo, foi uma etapa de muito crescimento em termos pessoais e profissionais.
O treinador destacou as equipes que mais gosta de acompanhar aqui no Futebol Brasileiro e falou da evolução do nosso Futebol desde 2014. Inclusive citando seus compatriotas Jorge Jesus e Abel Ferreira.
R:Sim, vejo muito futebol Brasileiro. De destacar que o campeonato Brasileiro passa bastante na TV Portuguesa desde que Jorge Jesus começou a treinar o Flamengo. E a minha paixão pelo futebol Brasileiro acentuou-se quando o Abel Ferreira começou a treinar o Palmeiras. De referir que o Abel também estudou na Faculdade de Motricidade Humana em Lisboa. Ou seja, não acompanho só por ser treinador Português, mas principalmente porque é um treinador que representa a todos nós (Treinadores de Futebol Motricitários) a par de José Mourinho da melhor forma possível. Neste momento, acompanho as 4 equipas (Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Corinthians) no Brasileirão, na Copa do Brasil e na Libertadores.
R:Ao que parece, e felizmente, podemos notar que houve um trabalho profundo nesse sentido, e neste momento vemos que há muitos talentos jovens na Liga Brasileira, vejo que há muitos clubes muito bem preparados em termos de estrutura (que dão muito boas condições para que as equipas técnicas possam realizar bons trabalhos), etc etc. Vejo que há treinadores Brasileiros cada vez melhores preparados e que têm feito bons trabalhos nos clubes. Por exemplo, o Atlético Mineiro do Cuca no ano anterior, apresentou um futebol muito interessante, equipa bem organizada, equipa intensa. E o Flamengo de Renato Gaúcho, pareceu-me um trabalho muito, muito bom. O toque que o Renato deu no final de temporada do Flamengo, pareceu-me muito interessante. Gostei muito do que vi. Estamos a falar de fatores fundamentais para que a Liga tenha agora mesmo um nível muito, muito alto, o que faz com que seja uma Liga muito apetecível para treinadores como eu. – Falou Paulo.
bem delineado e com uma Visão e Objectivos bem planificados, pode trazer frutos como teve
este ano e o ano passado ganhando a Liga Europa. Podemos pensar também que tendo Unai Emery como treinador, a possibilidade de fazer uma boa carreira nas competições Europeias é grande (Liga dos Campeões ou Liga Europa).
Recordamos que Unai Emery conseguiu ganhar várias Ligas Europa, portanto, podemos considerar que é um treinador com muita experiência neste tipo de provas. Há um livro muito interessante, onde se pode entender um pouco o Método de Emery: Mentalidad Ganadora, el método Emery – Los secretos del Entrenador más eficiente para lograr el éxito.
tem este ano, é absolutamente fantástico.
Ancelotti é um treinador muito experiente nesta prova. Já tinha ganho a Liga de Campeões como
jogador, e como treinador já venceu 3 Liga de Campeões e 3 Super Taças Europeias – finalizou o treinador português.