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Áudios revelam que Piqué, zagueiro do Barcelona, participou de negociações envolvendo a Supercopa da Espanha
O zagueiro Piqué, do Barcelona, foi flagrado em uma conversa com Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol, negociando com o dirigente a melhor forma para fazer com que o Real Madrid, rival do Barça, aceitasse jogar a Supercopa da Espanha na Arábia Saudita, já que os merengues não estavam dispostos a disputar a competição no Oriente Médio.
O jornal espanhol “El Confidencial” divulgou nesta segunda-feira (18) os áudios desse bate-papo de Piqué com Rubiales, que teria acontecido em 2019.
No final das contas, o negócio foi sacramentado com a Arábia Saudita por 40 milhões de euros por cada edição realizada no país asiático. E Piqué, por meia da sua empresa Kosmos, ficaria com 10% de comissão, o equivalente a 4 milhões de euros.
Como o contrato da Federação Espanhola com o país árabe é de seis anos, a empresa do zagueiro de 35 anos de idade receberá a bagatela de 24 milhões de euros.
Ainda de acordo com a imprensa espanhola, o caso é considerado um escândalo e até mesmo um crime por conflito de interesses, já que Piqué atua na Supercopa da Espanha e participou ativamente nas negociações para definir o local de disputa.
Em parte do áudio revelado pelo “El Confidencial”, Piqué negocia o valor que cada clube iria receber. “Se é um problema de dinheiro, se o Real Madrid iria por 8 milhões de euros, então vamos pagar 8 milhões ao Real Madrid e 8 ao Barcelona”, disse o zagueiro.
“Aos outros times paga-se 1 ou 2 milhões? São 19 milhões, a federação ainda fica com 6. Entre ficar com seis ou com nada? Pressionamos a Arábia Saudita, dizemos que o Real Madrid não aceita ir e conseguimos mais”, fala Piqué no áudio.
A primeira edição da Supercopa da Espanha no Oriente Médio aconteceu em 2020. O contrato foi firmado até 2025.
Federação Espanhola fala sobre o caso
Tentando colocar panos quentes na reportagem do jornal, a Federação espanhola se posicionou sobre o assunto e emitiu um comunicado dizendo que os áudios não trazem nenhuma novidade do que já havia sido revelado nos últimos anos.
“A informação não acrescenta nada de novo ao que foi publicado em 2019. Todos os números da negociação foram apresentados, explicados e apoiados pela Assembleia do Futebol. Faz parte da campanha de assédio e descrédito a que já estamos acostumados”, diz a Federação.
