Goleiro destacou a marca de quase 600 jogos e nove títulos pelo Corinthians, e repudiou as ameaças de morte que recebeu via rede social
O goleiro Cássio se manifestou sobre as ameaças de morte que ele e sua esposa receberam de um suposto torcedor do Corinthians através de uma rede social nesta quinta-feira (7). O camisa 12 corintiano afirmou que não pode aceitar esse tipo de ameaça, e encaminhou à polícia os áudios recebidos pela esposa esperando que a justiça seja feita.
—- Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de admitir falhas quando entendi que elas aconteceram. Mas desafio alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo “vagabundo” ou “paneleiro”, os termos que foram usados hoje e que aparecem em algumas manifestações vez ou outra – diz um trecho da nota divulgada por Cássio.
As ameaças chegaram ao goleiro por meio do personal trainer de sua esposa. Em um dos áudios, o perfil identificado como ‘$heik Caçador’ cobra a saída de Cássio do Corinthians. “Ou esse vagabundo pede para sair, ou a coisa vai ficar mais embaixo. Pode mostrar, pode mostrar essa porra. Esse é o recado que “nóis” tá dando”, diz o autor das ameaças.
– É questão de tempo. Não sei o que a gente vai fazer, matar eu não sei, mas vamos achar e esculachar. E pode dizer que estamos fechados com o português (o técnico Vítor Pereira), entendeu? Não com vagabundo paneleiro. O recado vale para todos – diz o suposto torcedor em outro áudio.
Nos áudios também tem xingamentos a mulher do goleiro e ameaça ao zagueiro Gil.
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— neto pereira ?? (@netopistola10) April 7, 2022
Além dos áudios, o perfil também enviou uma foto em que aparece um revólver e balas em cima de uma camisa do Corinthians. Assustada com o tom das ameaças, a esposa do goleiro corintiano excluiu sua conta no Instagram.
O Corinthians divulgou uma nota afirmando que “repudia veementemente as ameaças de morte e violência feitas ao goleiro Cássio e sua família” . O clube diz que “a cobrança pacífica à equipe por resultados faz parte da cultura do futebol, porém, quando a vida de qualquer um é colocada em risco, o protesto se torna crime e não pode passar impune”.
No comunicado, o Corinthians diz ainda que “já acionou a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) e outros departamentos para tomar todas as medidas cabíveis e assim garantir a segurança de todos os atletas. É lamentável esse tipo de atitude. Isso é crime e deve ter punição.”
Confira a nota de Cássio na íntegra:
“Resolvi me manifestar depois dos fatos que aconteceram com minha família nesta quinta-feira (07/04).
Encaminhei à polícia os áudios recebidos por minha esposa, para que, quem tenha a competência necessária, possa cuidar do caso. Não posso aceitar esse tipo de ameaça de forma alguma. Espero que a justiça seja feita.
Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de admitir falhas quando entendi que elas aconteceram.
Mas desafio alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo “vagabundo” ou “paneleiro”, os termos que foram usados hoje e que aparecem em algumas manifestações vez ou outra.
Sempre fui um jogador que me dediquei ao máximo e procurei ajudar dentro e fora dos campos os treinadores, atletas e dirigentes que passaram por aqui. Muitas vezes, entrei em campo sem as minhas melhores condições para ajudar o Corinthians. E fiz isso sem esperar nada em troca. Fiz porque sou assim. Sou muito grato ao Corinthians e procuro retribuir essa gratidão deixando tudo o que posso a cada dia.
Tenho total consciência que devo provar sempre porque cheguei a quase 600 jogos e conquistei nove títulos por esse clube. Nunca sentei em cima das glórias, até porque não ganhei nada sozinho e quero seguir ganhando enquanto eu tiver contrato vigente.
Por tudo isso, não aceito o que aconteceu e não quis ficar calado diante de tanta injustiça.
Um abraço a todos.
Cássio.”