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Design ousado da escuderia alemã intrigou os fãs de Fórmula 1 durante os treinos no circuito do Bahrein
Ao aparecer na pista do Bahrein com um carro bem diferente daquele visto há duas semanas, na Catalunha, a Mercedes F1 já sabia (de antemão) que daria o que falar. A escuderia alemã fez alterações nos chamados ‘sidepods’, as saídas laterais de ar do chassi, levantando opiniões distintas entre fãs da categoria — e até mesmo rivais.
Entretanto, apesar das controvérsias, a Mercedes tem confiança de que está atuando na legalidade do que permite o novo regulamento. É o que diz, por exemplo, Toto Wolff, chefe da atual octacampeã entre construtores na Fórmula 1.
“O W13 pode parecer um carro completamente novo, mas não é. É uma evolução. Quando você segue uma direção de desenvolvimento, tendo a FIA como parte monitoradora, você troca dados e faz deles parte do processo. Claro que às vezes você vai vir com uma inovação que gera esse tipo de debate que temos aqui, por isso já era esperado”.
Wolff já sabia, portanto, que as polêmicas surgiriam. Contudo, tanto ele, quanto o diretor de engenharia da Mercedes, Andrew Shovlin, reforçam que as mudanças são legais. Com ‘sidepods’ menores, a escuderia alemã busca melhorar o fluxo de ar para a traseira de seus carros. Veja a seguir uma comparação feita pela própria F1.
Big changes at @MercedesAMGF1 since the last time we were on track 👀#F1Testing #F1 pic.twitter.com/6oPKiH9vQS
— Formula 1 (@F1) March 10, 2022
Rivais da Mercedes reagem
Diante da mudança radical, alguns rivais da Mercedes se manifestaram. O sempre polêmico Christian Horner, chefe da Red Bull, teria dito em entrevista a um veículo de mídia alemão que o design é ilegal. No entanto, o próprio Horner afirmou, depois, não ter feito nenhuma crítica e optou por deixar o assunto para os especialistas em chassi.
Já Max Verstappen, atual campeão da F1 com a RBR, foi mais direto. Isso porque, perguntado sobre suas impressões a respeito do novo carro da concorrente, o piloto holandês demonstrou que não liga muito para isso:
“Não estou preocupado. Só podemos focar em nós mesmos, e é isso que devemosfazer de novo esse ano. Mesmo que o carro pareça diferente, há muitas coisas desconhecidas que ainda precisamos aprender sobre, então não me preocupo mesmo”, afirmou Verstappen.
Por fim, Mattia Binotto, chefe da Ferrari, também opinou sobre a polêmica. Para o italiano, a legalidade não está em questão, mas ele acredita que alguns aspectos precisam ser discutidos, no futuro, pela Fórmula 1.
“Não há dúvidas de que é um ótimo carro. É um bom conceito, muito diferente do nosso. Achei interessante. Na questão legal, não podemos discutir. Como Toto [Wolff] disse, eles passaram por um processo e a FIA é responsável por garantir que tudo seja legal. Eu me surpreenderia se a Mercedes tivesse feito algo ilegal”.
Binotto completa: “Mas aguns ficaram surpresos com os retrovisores. Não era algo que esperávamos. Acredito que isso deve ser debatido no futuro. Sempre conversamos que os retrovisores não devem ter quaisquer propósitos aerodinâmicos, eles devem estar ali apenas para olhar pra trás. O risco é que no futuro as equipes comecem a desenhar retrovisores que parecem com espaçonaves”.
