Time paulista se destacou pelo forte bloqueio e boa eficiência de suas atacantes para levantar seu primeiro troféu de nível nacional
Numa partida de clima quente, com direito a reclamações frequentes do Itambé/Minas com a arbitragem, o Sesi/Bauru mostrou frieza e qualidade para aplicar 3 sets a 0 (25/18, 27/25 e 25/20) e faturar o título inédito da Copa Brasil de vôlei feminino. Com o troféu, conquistado no Ginásio Galegão, em Blumenau-SC, o time paulista garantiu vaga para a Supercopa e também ao Sul-Americano, competição que credencia o campeão para o Mundial de Clubes.
Nia Reed, oposta norte-americana do Bauru, foi a maior pontuadora da partida, com 18. Chamou a atenção também o forte desempenho da equipe em bloqueios, fundamento responsável por 12 pontos.
Pelo lado mineiro, o destaque foi negativo devido ao alto número de erros do time, que proporcionou 25 pontos de graça para o adversário.
Apesar do vice, o quarto na temporada, o Minas também está classificado para o Sul-Americano. O Dentil/Praia Clube fará companhia às finalistas pois Uberlândia, sede do clube, será a cidade anfitriã.
Histórico dos clubes em Copa Brasil
Esta foi a terceira participação do Sesi em finais de Copa Brasil e seu primeiro título. Em 2014 e 2015, quando o clube atuava em São Paulo, sofreu reveses para Osasco e Pinheiros, respectivamente.
Campeão nos anos de 2019 e 2021 sobre o rival Dentil/Praia Clube, o clube minastenista, com a derrota de hoje, amargou seu segundo vice no torneio. Pela edição 2017, saiu derrotado na decisão para o carioca Rexona/Sesc, atual Sesc/Flamengo.
Sem muito tempo para comemorações ou lamentações, equipes voltam o foco para a Superliga
Ambos os times terão compromissos pela Superliga já nesta semana. Em casa, o Sesi/Bauru, atual quarto colocado da competição, entrará em quadra na sexta-feira (04 de fevereiro) contra o Barueri, às 19h.
Já o Itambé/Minas, vice-líder, também atuará em seus domínios e medirá forças com o Sesc/Flamengo no dia 03 (quinta-feira), às 19h.
As partidas terão transmissão do canal SporTV 2.
O jogo
1º SET
Iniciando com equilíbrio, as equipes trocaram pontos até o 6 a 6. A primeira vez em que houve uma diferença de dois pontos foi aos 8 a 6, quando Mayany bloqueou Pri Daroit e colocou Bauru na dianteira. Dali em diante, o time paulista passou a se impor no set. Aos 11 a 8, Nicola Negro parou o jogo, tentando consertar a irregularidade do Minas na linha de passe. No entanto, a equipe não voltou bem e o Bauru abriu 14 a 9, o que fez o técnico italiano gastar seu último pedido de tempo.
Além da dificuldade defensiva, o Minas esbarrou em seus próprios erros, apresentando um alto número de pontos cedidos de graça para o adversário. Bauru estava afinado. Além da consistência na defesa, apresentou boa marcação nos bloqueios e eficiência no ataque. A vantagem subiu para sete (22 a 15) quando o time mineiro se atrapalhou e tocou a rede, cometendo infração e entregando de graça o oitavo ponto em erros. Sem dificuldades, Bauru seguiu administrando e colocou fim no primeira parcial em 25/18 com um ataque de Mayhara na saída de rede.
2º SET
Mayany seguia bem na rede. Marcou seu quarto ponto em bloqueios e Bauru largou na frente em 4 a 2 no início da parcial. Apesar da liderança no placar, a equipe passou a cometer erros e o Minas momentaneamente aproveitou a chance para empatar. Aos 8 a 8, Bauru já havia cedido cinco pontos ao adversário. Ao contrário do set anterior, este apresentava equilíbrio. Porém, os erros bauruenses (sete até o momento) somados à significativa melhora defensiva e ofensiva, ajudaram o Minas a abrir 18 a 16.
As equipes passaram a alternar a liderança no placar. Com sua boa leitura na rede, Mayany novamente mostrou sua importância no jogo parando o ataque mineiro no bloqueio, virando a parcial para Bauru em 19 a 18. Mas o Minas, explorando o bloqueio e acertando uma bola de cheque com Pri Daroit, abriu 21 a 19 e o técnico Rubinho pediu tempo. No retorno, Macris anotou um ace, 22 a 19.
Depois de um bom rali, o Bauru renasceu na parcial e empatou em 23 a 23 com um ataque de Drussyla e dois erros mineiro. O clima esquentou ainda mais no jogo após um pedido de desafio do Minas referente a um toque no bloqueio bauruense. As imagens mostraram que não houve o desvio, porém, Carol Gattaz alegou que algumas jogadoras adversárias estavam rindo da situação e provocando porque “sabiam” que a bola havia sido desviada.
Minas teve o set point (24 a 23), mas o bloqueio bauruense levantou o muro e igualou em 24 o placar. Em vacilo incrível, Carol Gattaz e Léia se desentenderam. Protagonizaram a popular expressão do vôlei “deixa que eu deixo” e ambas pederam o tempo de reação em uma bola simples, o que culminou no set point para Bauru. Mayhara, desta vez com um espetacular bloqueio, o quinto do time no fundamento nesta parcial, colocou 28/26 no marcador e Bauru abriu 2 a 0.
3º SET
A exemplo dos sets anteriores, outro início parelho, com as equipes trocando pontos. Minas abriu dois, mas o Bauru, com Mayany implacável nos bloqueios, passou à frente em 8 a 7. Com direito a espetaculares defesas no rali, Bauru fez 11 a 8, mas o Minas encostou no marcador, diminuindo a desvantagem para um ponto. No entanto, Bauru parecia repetir o primeiro set, onde disparou no placar. Os erros minastenista voltaram a sabotar a própria equipe. Mais do que a diferença em pontos cedidos de graça, que a essa altura mostrava 23 erros contra 10 bauruenses, o time paulista estava muito bem na partida.
Contudo, o Minas ainda mostrava valentia. Anotou cinco pontos em seis jogados e o placar agora indicava 18 a 17. Rubinho pediu tempo e sua equipe voltou melhor, mostrando sua força no bloqueio, anotando dois pontos consecutivos no fundamento que foi destaque na partida. Após disparar no marcador e assistir à outro erro mineiro, Bauru finalizou o set em 25/20 e o jogo em 3 sets a 0, conquistando seu primeiro título de nível nacional pela cidade de Bauru desde a formação da parceria com o Sesi.
Campanha – Sesi/Bauru
Quartas de final
(4º) Sesi/Bauru 3 x 1 (5º) Sesc/Flamengo (25/11, 23/25, 25/19 e 26/24)
Semifinal
(1º) Dentil/Praia Clube 0 x 3 (4º) Sesi/Bauru (19/25, 24/26 e 18/25)
Final
(4º) Sesi/Bauru 3 x 0 (3º) Itambé/Minas (25/18, 27/25 e 25/20)
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