Expectativa é de que a nova casa do Galo, a Arena MRV, seja inaugurada no começo de 2023
O futuro estádio do Atlético-MG, a Arena MRV, corre risco de não ser inaugurado a tempo por falta de dinheiro. É o que afirmou o CEO do palco esportivo, Bruno Muzzi, em entrevista à Rádio Itatiaia. O motivo é a contrapartida financeira cobrada pela prefeitura de Belo Horizonte. A expectativa é de que a nova casa do time alvinegro seja inaugurada no começo de 2023.
“Sem dúvida, esse risco (da Arena MRV não ser inaugurada) existe. As contrapartidas viárias, por exemplo. Para fazer o alargamento da quarta faixa da via marginal, preciso fazer um processo de desapropriação de terceiros. É um processo lento, burocrático e que pode ser acabar na Justiça”, iniciou Muzzi.
“A prefeitura pode ajudar muito nisso pra que a gente dê celeridade e não ocorra atraso. Outra coisa é a gente dar entrada no Comam para que algumas das contrapartidas a gente possa ganhar tempo na entrega, tipo o Parque Linear”, prosseguiu.
“Me dá dois anos pra entregar o Parque Linear. É possível porque não afeta nada a operação da arena. Essas coisas são possíveis de a gente solicitar”, acrescentou.
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“Caso não sejamos atendidos, isso pode gerar algum tipo de atraso. Faltar dinheiro sempre é um risco. A gente está bem controlado, mas precisamos reduzir essas contrapartidas em valor”, observou.
Valor da contrapartida
De acordo com Muzzi, a prefeitura da capital mineira está cobrando R$ 150 milhões em contrapartidas. O valor “é extremamente pesado”, define, e maior se comparado a outros estados do Brasil.
“Se você for em todas as capitais brasileiras, estima-se normalmente em contrapartidas em torno de 5% do valor de uma grande construção”, explicou.
“Então se você pensa que o orçamento lá atrás era R$ 410 milhões, embora ainda tivesse sem atualizações, a gente estaria falando de uma contrapartida em geral no Brasil inteiro na casa de R$ 20 milhões”, calculou.
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“Obviamente que a gente sabia que o impacto é grande, estimamos um pouco mais, então pensamos lá na casa dos R$ 50 milhões. Com o decorrer do processo, essas coisas foram tomando um peso desproporcional pra gente”, lamentou Muzzi.
Comparações
Muzzi também comparou a situação da Arena MRV com outros estádios inaugurados no Brasil recentemente. Para sustentar a opinião, o CEO deu três exemplos: a Neoquímica Arena, o Allianz Parque e a Arena Grêmio.
“As contrapartidas do Corinthians, eles estão tendo uma briga judicial, mas assim: a prefeitura da cidade de São Paulo tinha um planejamento de investimento por parte da prefeitura de R$ 12 milhões. E o clube depois foi condenado a pagar R$ 40 milhões. Quer dizer, isso lá em 2014”, relatou.
“O (caso do) Grêmio, a estimativa era de R$ 160 milhões de contrapartidas, mas o consórcio OAS Grêmio, nós estamos falando que foram condenados eu acho que em R$ 12 milhões da OAS e R$ 37 milhões do Grêmio”, continuou Muzzi.
“A WTorre, do Allianz, a contrapartida dele é no meio da cidade de São Paulo, ao lado de um shopping. Um estádio talvez um pouquinho maior que o nosso, no meio da cidade, com R$ 18 milhões de contrapartida. O Independência nem se fala”, afirmou.
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“Todos nós conhecemos bem, eu acho que a contrapartida era construir um centro comunitário. E isso venceu. Foi condenado até 2016. Não tinha feito. Foi alugada uma sala pra comunidade que era a contrapartida. Então, quer dizer, existe um desequilíbrio nisso muito grande”, falou.
Contrapartidas são necessárias
Apesar das críticas, Bruno Muzzi reconheceu que o poder público deve ser recompensado por ceder um espaço público para a construção de qualquer estádio.
“É claro que as contrapartidas são necessárias, sou defensor que todo empreendimento tem que ter as contrapartidas. Agora, elas precisam ter um certo equilíbrio”, opinou.
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“Imagina o Anel Rodoviário com a Via Expressa. Há quantos anos não existe ligação ali? Então, obviamente que a gente vai ter que fazer alguma coisa, mas é um benefício para a cidade, não é só para a Arena”, finalizou.
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