Fábio Bentes também explicou que o clube azulino vem trabalhando sob prejuízos financeiros a cada mês
Atual vice-campeão da Copa Verde, o Clube do Remo vai disputar a edição 2021 do torneio regional utilizando o time de base nas primeiras fases. O motivo é o calendário. A competição está marcada para começar no dia 13 ou 14 de outubro. As datas colidem com as rodadas finais do Brasileirão Série B.
“A Copa Verde é importante no nosso planejamento. A gente quer vencer, mas o foco máximo será na Série B. Vamos começar a Copa Verde com jogadores da base”, iniciou Fábio Bentes, presidente do Remo.
“Com os jogadores saindo do departamento médico, teremos um elenco numeroso. Na reta final da competição, usaremos força máxima para buscar o título”, acrescentou.
Dificuldades financeiras
Fábio Bentes também falou sobre as finanças do clube. Segundo o mandatário, o Remo trabalha com um prejuízo mensal acima de R$ 100 mil. Apesar do cenário, o Leão mantém os salários em dia.
“Continuamos com déficit um pouco maior que isso, porque houve alguns acréscimos com as últimas contratações, mas estamos conseguindo manter a folhas com duras penas”, disse.
“Estamos fazendo alguns movimentos, levantamento de receitas com parceiros, adiantamento de algumas coisas. Fazendo algumas ações e gerando novas receitas para poder fechar a folha em dia”, explicou.
Na avaliação do presidente azulino, a falta de torcida nos estádios “atrapalha o planejamento” para o Remo ser mais competitivo dentro de campo.
“Sentimos muito há dois anos a falta da bilheteria. É indiscutível que a bilheteria é a principal receita, mas estamos sobrevivendo. Sem dinheiro, não se faz futebol.”, observou Fábio Bentes.
“Se estivéssemos com público, teríamos uma capacidade de investimento maior. Nossa maior dificuldade hoje é recurso financeiro, mas, com o que temos, conseguimos fazer muita coisa”, ressaltou.
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“Nesses dois anos reabrimos e iluminamos o Baenão, compramos o CT, montamos a primeira etapa do Nasp e estamos em andamento com a segunda”, lembrou o presidente do Remo.
Críticas à prefeitura
O dirigente do Remo também opinou sobre o poder público. Recentemente, o prefeito de Belém, Edmílson Rodrigues, assinou um decreto no qual autoriza que os jogos de futebol sejam disputados com a presença de torcida.
O total de público, contudo, não pode exceder a 20% da capacidade dos estádios. O percentual é 10% menor àquele autorizado pelo governador Hélder Barbalho.
“Me causou muita surpresa o decreto municipal. Havia um decreto anterior do governo do estado baseado em um estudo, levando em consideração a taxa de ocupação de leito e da pandemia em Belém”, declarou Fábio Bentes.
“Esse estudo propunha, dentro dos critérios adotados, a liberação entre 30% e 50%. O governo, nesse primeiro momento, optou por 30%. É um percentual que não traria grande retorno, mas que seria viável”, avaliou.
Para sustentar a opinião, Fábio Bentes enumerou diversas atividades que estão funcionando normalmente, na capital paraense.
“Estamos tentando apelar ao governo municipal para que reveja essa decisão, que não foi apresentado um motivo. Não tem uma justificativa plausível. Quem anda na cidade, vê todos os locais lotados”, opinou.
“Todo final de semana é boates, shows e aparelhagem lotados, bares do outro lado da ilha todos sem máscara. Tenho certeza que ali não são fiscalizando se as pessoas estão vacinadas, como foi colocado como exigência para o futebol, com PCR negativo”, falou o mandatário azulino.
“Nenhuma daquelas pessoas fizeram inquérito epidemiológico e ali não tem nunca 20%, as casas estão utilizando lotação normal. Por que essa descriminação com o futebol? Quero saber se só no futebol que pega Covid”, questionou Fábio Bentes.
Ingressos ficariam caros
De acordo com o presidente do Remo, o preço dos ingressos seria muito caro com apenas 20% da capacidade liberada.
“Fizemos os cálculos, fomos para a ponta do lápis e chegamos à conclusão que daria para ter público. Depois veio a prefeitura sem qualquer justificativa adicional. Questionamos e disseram que era melhor para o controle”, relatou.
“Isso se torna inviável o retorno. Temos os sócios que pagam em dia o plano integral, temos ingresso do jogo da luz, ingressos de gratuidade definida por lei e só sobraria de 200 a 300 ingressos para venda”, disse o mandatário.
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“Esses seriam vendidos absurdamente caros, entre R$ 200 e R$ 250, para se tornar viável o fechamento da conta”, finalizou o presidente do Remo.
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