Home Futebol Internacional supera o Sport, mas deixa a impressão de que poderia ter se arriscado um pouco mais

Internacional supera o Sport, mas deixa a impressão de que poderia ter se arriscado um pouco mais

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida desta segunda-feira (13) e todas as escolhas dos técnicos Diego Aguirre e Gustavo Florentín

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida desta segunda-feira (13) e todas as escolhas dos técnicos Diego Aguirre e Gustavo Florentín

A vitória simples sobre o Sport (com gol de Patrick logo aos três minutos de partida na Ilha do Retiro) fez com que o Internacional de Diego Aguirre subisse três posições na tabela do Brasileirão e chegasse à nona colocação. Por si só, o resultado obtido fora de casa contra um adversário conhecido por complicar a vida de equipes qualificadas quando joga nos seus domínios seria motivo suficiente para celebração de jogadores e comissão técnica. No entanto, a impressão que ficou para este que escreve foi justamente o contrário. O Colorado poderia ter vencido até por uma vantagem maior se tivesse aproveitado a desorganização defensiva do escrete comandado por Gustavo Florentín e os espaços que apareceram no meio-campo e o ataque. Está certo que o que vale no final das contas são os três pontos conquistados e a possibilidade de sonhar com algo além da luta contra o rebaixamento. Mesmo assim, ficou claro que o Internacional poderia ter feito e arriscado muito mais.

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Isso não quer dizer que o Sport não levou perigo à meta colorada. Das onze finalizações do Leão na partida desta segunda-feira (13) duas acertaram a trave e uma terceira foi muito bem defendida pelo goleiro Daniel. De resto, o escrete comandado por Gustavo Florentín errou demais em todos os setores. Tanto que o gol de Patrick nasceu de boa pressão pós-perda ainda no campo de ataque que pegou a defesa do Sport desguarnecida. O problema todo estava na maneira como o Internacional se comportou depois de abrir o placar. A equipe de Diego Aguirre controlava bem o jogo, encontrava espaços generosos no meio-campo, mas pecava pela falta de agressividade diante de um adversário lento e desorganizado. O 5-3-2 de Gustavo Florentín não conseguiu dar a consistência defensiva desejada pelo treinador paraguaio e ainda abriu verdadeiras crateras entre os setores. O time de Diego Aguirre ocupava bem o campo de ataque, mas não desenvolvia seu jogo. Esse era o X da questão.

Mesmo controlando bem o jogo no primeiro tempo e obtido a vantagem no início de partida, o Internacional não fazia muita questão de agredir o Sport. Mesmo com o time de Gustavo Florentín marcava muito mal e concedia espaços generosos na frente da área do goleiro Maílson. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

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Edenílson, Patrick, Maurício, Caio Vidal, Yuri Alberto, todo o time do Internacional tinha certa facilidade para tocar a bola e chegar no ataque, mas a impressão que ficava para quem via o jogo era a postura de “baixo risco” por parte do escrete comandado por Diego Aguirre. É compreensível que o treinador colorado ainda não esteja cem por cento confiante no seu sistema defensivo e que deseje aproveitar a vantagem obtida logo no começo do jogo. O problema é que, mesmo desorganizado, lento e ainda sem padrão ofensivo, o Sport começou a colocar as asinhas de fora. E sem tanta resistência por parte do seu adversário, o Leão levou perigo com André se movimentando mais na intermediária e Everton Felipe aparecendo mais na frente. Mesmo assim, a única chance real do Sport no primeiro tempo aconteceu com um cruzamento meio “sem querer querendo” do camisa 9 que explodiu no travessão de Daniel. Mas nem isso mudou a postura do Internacional na partida.

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O que se viu após o intervalo foi a melhora significativa de um Sport mais agressivo e mais ligado do que os comandados de Diego Aguirre. Ainda que a arbitragem tenha anulado (corretamente) gol de Yuri Alberto, era o Leão quem levava mais perigo. Daniel fez grande defesa em cabeçada de Mikael e Tréllez acertou a trave esquerda num momento em que Gustavo Florentín já havia desfeito seu 5-3-2 e apostado num 4-2-4 com Thiago Neves mais recuado e Everaldo e Paulinho Moccelin pelos lados do campo. A formação, no entanto, só funcionou quando o Internacional diminuiu o ímpeto na marcação e não bloqueou as linhas de passe do seu adversário. Diego Aguirre fez modificações na equipe colorada, mas não desfez seu 4-3-3-/4-1-4-1 básico e trouxe o time para trás no final do segundo tempo. A postura mais pragmática e cautelosa pôde ser vista nas entradas de Guerrero, Jhonny e Heitor nos lugares de Caio Vidal, Maurício e Yuri Alberto. Literalmente um 4-5-1 sem velocidade.

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Diego Aguirre não mudou a formação básica do Internacional na partida, mas trouxe sua equipe para a defesa e abriu os espaços que o Sport tanto desejava para criar suas jogadas de ataque. A postura mais pragmática e cautelosa (ao extremo) poderia ter custado caro. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

O que mais incomodou este colunista foi a oportunidade que Diego Aguirre perdeu de desenvolver mais sua equipe num contexto bastante favorável. Não somente aumentar a vantagem em cima de um Sport desorganizado e ainda sem padrão ofensivo, mas dar confiança aos jogadores, ser mais intenso e agressivo no ataque e aproveitar mais as chances que apareceram durante os noventa e poucos minutos. Está certo que o que vale no final de tudo são os três pontos e a melhora do posicionamento do clube na tabela do Brasileirão, mas não se ganha campeonatos apenas com resultados. Bom desempenho e confiança são fundamentais para se encarar a maratona que é esse calendário insano. Ainda mais quando Edenílson mostrou bom entendimento com Maurício no meio-campo e Caio Vidal e Patrick colocaram muita consistência nos avanços ao ataque. Fora as atuações seguras de Moisés e Saraiva nas laterais, de Bruno Méndez e Victor Cuesta no miolo de zaga e de Yuri Alberto como referência móvel.

A impressão que fica para este que escreve é uma só. O Internacional poderia ter se arriscado um pouco mais, feito seu jogo e explorado mais as deficiências de um Sport que ainda precisa de tempo para assimilar os conceitos de Gustavo Florentín. A vitória foi sim importantíssima para que Diego Aguirre encontre mais tranquilidade para corrigir os problemas do escrete colorado. Mas contextos como o do jogo desta segunda-feira (13) precisam ser aproveitados para que o time cresça em confiança e desempenho dentro de campo.

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