Cerimônia teve apresentações de música e dança e discursos exaltando a importância de lembrar das pessoas com deficiência além do esporte
Acabou a festa – ao menos por enquanto. Depois de 12 dias de competições de alto nível, com centenas de recordes mundiais pulverizados, as Paralimpíadas de Tóquio-2020 foram encerradas na manhã deste domingo. A mensagem que fica, contudo, é não esquecer as pessoas com deficiência durante esse período – sejam atletas ou não.
Foram 539 eventos disputados em 22 modalidades. A China liderou com folga o quadro de medalhas, com 96 de ouro, 60 de prata e 51 de bronze. O Brasil ficou na sétima posição, com 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, além de uma coleção de recordes.
Agora, o movimento paralímpico se volta para suas próprias competições. O atletismo, por exemplo, volta ao Japão para o Mundial em Kobe, em agosto de 2022. Antes, em junho de 2022, será disputado o Mundial de Natação, em Funchal, na Ilha da Madeira (Portugal). Em 2024, Paris recebe as Paralimpiadas pela primeira vez, de 28 de agosto a 6 de setembro.
Cores e música
A festa começou com um show de música eletrônica que começou em vídeo, com músicos em várias partes de Tóquio. O objetivo era mostrar como as Paralimpíadas contagiaram Tóquio. Depois, o som e as luzes tomaram conta do estádio. O regente Suzuki, sentado em uma cadeira de todas, comandou uma banda em que todos os músicos era pessoas com deficiência.
Depois, para falar mais um pouco da cultura japonesa, atores interpretaram cenas de videogame. Entre lutas simuladas e danças, a ideia era representar como a magia dos Jogos contagiou todo o mundo, não somente a sede.
Na sequência, a bandeira japonesa entrou carregada por cinco atletas japoneses medalhistas nas Paralimpíadas e uma enfermeira. Ela foi escolhida para simbolizar o esforço dos profissionais de saúde durante a disputa dos Jogos em meio à pandemia.
Os 15% e as bandeiras
Logo após a entrada da bandeira e o hino japonês, um vídeo lembrou a campanha #WeThe15 (“Nós, os 15”). Apresentada dias antes da abertura das Paralimpíadas, a campanha criada pelo Comitê Paralímpico Internacional, em parceria com outras entidades, defende a visibilidade e a inclusão das pessoas com deficiência. Elas são cerca de 15% da população mundial.
Na sequência, veio a entrada das bandeiras e delegações. Sem a mesma formalidade da abertura, elas não foram anunciadas. Os atletas apenas entraram em fila com o objetivo de formar a simulação de uma cidade. Cada um deles colava um espelho numa maquete do Sky Tree, o mais alto prédio de Tóquio.
Nesta etapa, o Brasil foi representado pelo nadador Daniel Dias. Aos 33 anos, ele se aposenta após as Paralimpíadas de Tóquio depois de somar mais três medalhas de bronze às 27 de sua coleção conquistadas desde Pequim-2008.
Coisa linda de ver o #BRA sendo tão bem representado! VIVA @DanielDias88, VIVA NOSSOS ATLETAS PARALÍMPICOS! ❤️
?: Takuma Matsushita e Fabio Chey/CPB pic.twitter.com/ngpX1FxGNi
— Comitê Paralímpico Brasileiro -ブラジルパラリンピック委員会 (@cpboficial) September 5, 2021
Premiação especial
Na sequência, a organização entregou um novo prêmio, chamado “ImPossible”, para pessoas e entidades que contribuem para a propagação do esporte adaptado ao redor do mundo. O nome é um trocadilho em inglês que transforma a palavra “impossível” em “eu possível”.
As premiações locais foram entregues a duas escolas japonesas. No caso de iniciativas apresentadas no exterior, foram premiadas ações em Malauí e Zâmbia, na África, e na Polônia.
Depois, Daniel Dias voltou a aparecer na cerimônia. Ele foi apresentado um dos eleitos para o Conselho dos Atletas do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), com o objetivo de defender o interesse dos esportistas junto aos dirigentes.
Olha ele aí de novo! Daniel Dias sendo homenageado no novo quadro da cerimônia chamado “I’m possible” (Eu sou possível)#ParalimpiadasNoSporTV pic.twitter.com/AU1vOtnzuR
— SporTV (@SporTV) September 5, 2021
A entrega oficial a Paris
Depois de novas apresentações teatrais e musicais, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, recebeu a bandeira paralímpica das mãos da presidente do Comitê Organizador, Seiko Hashimoto. “Esperamos que os Jogos sejam um catalisador de mudança social na vida das pessoas”, discursou a líder japonesa.
Como parte do simbolismo da passagem para a nova sede, o hino francês, “A Marselhesa”, foi acompanhado por uma artista em linguagem de sinais. Depois, apareceram imagens de torcedores vendo a cerimônia em Paris, com a Torre Eiffel ao fundo. A construção, contudo, aparecia “adaptada”, como se uma de suas bases tivesse uma prótese.
O presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons, destacou a importância das Paralimpíadas como fator para dar visibilidade às pessoas com deficiência. “Os Jogos acabam, mas 1,2 bilhão de pessoas ao redor do mundo precisam ter direito a ser cidadãos plenos”, disse.
Para encerrar, a canção “What A Wonderful World” foi executada por artistas japoneses com deficiência. Ao som do piano, a pira olímpica foi apagada, mas a mensagem fico: o mundo pode ser maravilhoso.
Only three years to wait ?????
We can’t wait!#Tokyo2020 ➡️ #Paris2024 pic.twitter.com/sX9ZtiqaDO
— Paralympic Games (@Paralympics) September 5, 2021
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