Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a boa vitória do time de Thomas Tuchel sobre o Arsenal no clássico deste domingo (22) em Londres
O Chelsea de Thomas Tuchel já era motivo de elogios deste que escreve desde a subida de produção do time após a chegada do treinador alemão. Os poucos meses de trabalho nos mostraram uma equipe organizada, intensa e velocíssima nas transições. Tudo isso baseado na movimentação constante do seu trio ofensivo. No entanto, a atuação do belga Romelu Lukaku (a principal contratação dos Blues nessa janela de transferências) na vitória por 2 a 0 sobre o Arsenal neste domingo (22) nos mostrou que esse mesmo Chelsea pode subir ainda mais o sarrafo nessa temporada. Por mais que estejamos apenas na segunda rodada da edição de 2021/22 da Premier League, já foi bem possível ver o estrago que o camisa 9 se encaixou quase que perfeitamente no 3-4-2-1 de Thomas Tuchel. Difícil não concluir que era a peça que faltava para deixar a equipe de Stamford Bridge ainda mais forte e envolvente.
FT | Chelsea win!
The visitors controlled the match after the break, as Arsenal had some fine chances to get back into this one, but they just couldn't score, while the Blues looked satisfied with a two-goal lead.
A big derby win for the Blues!#ARSCHE pic.twitter.com/2dZ34Ev7Ip
— Sofascore (@SofascoreINT) August 22, 2021
Mas é bom que se diga que o Arsenal de Mikel Arteta começou bem a partida. Xhaka ditava o ritmo das jogadas no meio-campo e Gabriel Martinelli jogava mais adiantado (e com mais liberdade de movimentação) dentro do 4-2-3-1 do treinador espanhol. Só que o Chelsea tinha Lukaku. E o belga já deixou a sua marca aos 14 minutos da primeira etapa, ao fazer bem a jogada de pivô, segurar a marcação de Pablo Marí e aparecer na pequena área para escorar o cruzamento de Recce James. Força física, velocidade e muita inteligência para “ler” os espaços na defesa dos Gunners e acionar Havertz e Mason Mount sempre buscando pisar na área fazendo o popular “facão”. Fora isso, Kovacic e Jorginho marcavam e desafogavam o Chelsea com bons passes e muita visão de jogo a partir do campo defensivo. E não é exagero nenhum afirmar que os Blues poderiam ter ido para o intervalo com uma vantagem maior no placar.
Lukaku elevou demais o nível de competitividade do 3-4-2-1 de Thomas Tuchel e deixou o Chelsea ainda mais envolvente e mais letal nos contra-ataques. Do outro lado, Mikel Arteta apostou num 4-2-3-1 com Gabriel Martinelli mais solto no ataque e Xhaka ditando o ritmo do time no meio-campo.
Na prática, o Arsenal só conseguia levar perigo ao gol de Mendy na base das bolas levantadas na área e dos chutes de média e longa distância. Saka e Aubameyang obrigaram Mendy a trabalhar no início do segundo tempo, mas nenhum dos lances reacendeu o espírito do escrete comandado por Mikel Arteta na partida. Lukaku ainda era um tormento constate para Holding (outro que desperdiçou boa chance após cobrança de escanteio no começo do segundo tempo) e Pablo Marí arrastando pelo menos um dos dois para a intermediária e abrindo espaços para as infiltrações de Recce James (um dos melhores em campo na humilde opinião deste que escreve), Mason Mount, Havertz e Marcos Alonso. E vale descatar aqui que o sistema defensivo dos Blues também se comportava muito bem com Azpilicueta bastante atento pela direita, Christensen firme no centro da zaga e Rüdiger negando espaços para Pépé pelo outro lado.
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As substituições promovidas por Mikel Arteta melhoraram (um pouco) a produção ofensiva do Arsenal que (pelo menos) conseguiu manter a bola no ataque por um pouco mais de tempo. Mesmo assim, o Chelsea ainda controlava as ações no jogo e explorava bem os espaços que apareciam entre a dupla de volantes e a zaga dos Gunners. O belga entregava ao time de Thomas Tuchel a agressividade e a força física que faltavam em alguns jogos da temporada passada além da conhecida capacidade de resolver partidas com um ou dois toques e em arrancadas fulminantes. O camisa 9 ainda obrigou Leno a fazer defesa de cinema em cabeçada de dentro da área após cruzamento de Mason Mount. O treinador dos Blues ainda descansou alguns dos seus principais jogadores mais para o final da partida e ainda viu Ziyech e Havertz criarem boas chances de gol nos últimos minutos. E sempre com a participação direta de Lukaku.
O Arsenal subiu de produção com as substituições promovidas por Mikel Arteta, mas o Chelsea continuou controlando as ações no jogo com muita intensidade nas transições, boa movimentação no meio-campo e com Lukaku atormentando a vida da dupla de zaga formada por Holding e Pablo Marí.
A impressão que ficou da partida foi a de que os novos (e promissores) reforços dos Gunners ainda precisam de tempo para se adaptar ao novo clube e aos conceitos do seu treinador. Situação bem diferente de Lukaku. O camisa 9 volta ao Chelsea muito mais maduro, muito mais decisivo e com a categoria de sempre. Por tudo que mostrou nos últimos anos (com a camisa da Internazionale de Milão e com a Seleção da Bélgica). Seja marcando gols decisivos, desmontando as defesas adversárias ou se transformando em peça fundamental das equipes por onde passou. Exatamente como toda a torcida dos Blues espera. É muito difícil não enxergar em Lukaku a peça que faltava para deixar o Chelsea de Thomas Tuchel ainda mais letal nos contra-ataques e muito mais consistente nas jogadas de ataque. Afinal, estamos falando de um dos melhores centroavantes do planeta. A expectativa é altíssima. E com razão.
Mas é preciso ir devagar com o andor porque o santo é de barro. A Premier League ainda está na sua segunda rodada e Lukaku fez apenas a sua primeira partida com Thomas Tuchel. A tendência é que o Chelsea encontre adversários mais fortes e situações mais desfavoráveis para testar a sua principal contratação. O que ninguém duvida é que os Blues devem ganhar muito mais competitividade com o belga em campo. Ainda mais quando ele soma demais na base campeã europeia na temporada passada.
Instant impact. 💥 pic.twitter.com/lCMmZUnJI5
— Chelsea FC (@ChelseaFC) August 22, 2021
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