Home Futebol Fluminense prova mais uma vez que é extremamente competitivo em boa vitória sobre o Cerro Porteño; entenda

Fluminense prova mais uma vez que é extremamente competitivo em boa vitória sobre o Cerro Porteño; entenda

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação dos comandados de Roger Machado no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação dos comandados de Roger Machado no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores

Não espere um futebol vistoso e envolvente do Fluminense de Roger Machado. Em determinadas partidas, a impressão que fica é a de que o Tricolor das Laranjeiras sofre muito mais do que deveria para arrancar um resultado positivo. Por outro lado, essa equipe é extremamente competitiva. E altamente eficiente também. A vitória por 2 a 0 sobre o Cerro Porteño nesta terça-feira (13), em Assunção, foi mais uma prova viva da capacidade que esse elenco anda mostrando na superação de todo tipo de adversidade dentro de campo. Há quem fale em “espírito de Libertadores” ou na famosa garra do “Time de Guerreiros”. Este que escreve, no entanto, vê o trabalho sólido e bem executado de Roger Machado à frente de um Fluminense que usa muito bem a experiência de Nenê, Egídio e Luccas Claro a a juventude de Luiz Henrique, André, Gabriel Teixeira e vários outros nomes.

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A partida no Estádio La Nueva Olla começou com o Tircolor das Laranjeiras em cima do Cerro Porteño e bloqueando bem os espaços a partir do 4-2-3-1/4-1-4-1 costumeiro de Roger Machado. Com Abel Hernández no lugar de Fred (lesionado), com Yago Felipe e André no meio-campo e muita velocidade pelos lados, o Fluminense buscava bloquear os espaços e usar a força física para vencer os duelos no meio-campo e no terço final. As chances começaram a aparecer com Nenê em bons chutes de média distância. Do outro lado, o Cerro Porteño só mostrou um pouco do seu futebol quando o escrete comandado por Roger Machado diminuiu um pouco o ritmo e baixou um pouco a marcação, concedendo mais espaços e sofrendo com as descidas de Aquino, Morales e Mateus Gonçalves às costas dos volantes e laterais tricolores. Marcos Felipe ainda fez bela defesa em bela cabeçada do experiente Boselli no final do primeiro tempo.

Fluminense vs Cerro Porteno - Football tactics and formations

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O Fluminense iniciou a partida escalado no 4-2-3-1/4-1-4-1 costumeiro de Roger Machado com muita imposição física e bom toque de bola. O Cerro Porteño (comandado pelo ex-lateral Francisco Arce) só conseguiu levar perigo ao gol de Marcos Felipe quando o Tricolor das Laranjeiras diminuiu o ritmo.

O mesmo Boselli teve gol muito mal anulado aos 40 minutos do primeiro tempo por pura afobação da arbitragem. Mas é preciso notar que esse lance só nasceu do cochilo do Tricolor das Laranjeiras na marcação da forte bola aérea do Cerro Porteño (e também da falha de Luccas Claro e Egídio na marcação do atacante argentino). Diante da atuação da sua equipe no final da primeira etapa, Roger machado corrigiu o posicionamento defensivo e mandou Luiz Henrique para o jogo no lugar de Gabriel Teixeira. O jovem da camisa 34 incendiou a partida e fez com que o Fluminense crescesse bastante de produção com boas arrancadas e muita desenvoltura saindo da direita para dentro buscando Nenê e Abel Hernández. Exatamente como no gol marcado pelo veterano de (quase) 40 anos logo aos três minutos do segundo tempo. E isso logo na primeira participação de Luiz Henrique na partida.

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Com mais mobilidade e velocidade no ataque, o Fluminense só era ameaçado nas bolas levantadas na área do goleiro Marcos Felipe. Mesmo assim, o Cerro Porteño quase empatou a partida em chance incrível desperdiçada pelo lateral Espínola. Aos 15 minutos, no entanto, Nenê (que atraía todo o time adversário para o lado esquerdo e abria espaços por dentro) iniciou a jogada do gol marcado pelo lateral Egídio em belo chute da linha da pequena área. Embora a equipe comandada por Francisco Arce tenha dado dois sustos em Marcos Felipe (com dois chutes de Morales), o Fluminense sempre se manteve mais inteiro e mais consistente. Tanto que Roger Machado viu sua equipe manter o (alto) nível da atuação no Estádio La Nueva Olla mesmo com as entradas de Lucca, Kayky, Cazares e Wellington nos minutos finais. O desempenho foi premiado com a vitória fora de casa e a vantagem nas oitavas de final da Libertadores.

Cerro Porteno vs Fluminense - Football tactics and formations

Luiz Henrique melhorou a produção ofensiva do Fluminense no segundo tempo com boa movimentação a partir do lado direito. O Cerro Porteño de Francisco Arce tentou se impor na base do abafa, mas o time de Roger Machado conseguiu se segurar e administrar o resultado até o apito final.

Lucca (herói da vitória de virada sobre o Sport Recife no final de semana) acabou se transformando em vilão ao desperdiçar chance cristalina de fazer o terceiro e praticamente fechar o confronto aos 44 minutos da segunda etapa. Seja como for, o Fluminense voltou a mostrar que é extremamente competitivo. E Roger machado provou que tem o elenco na mão e que sabe como utilizar o banco de reservas ao seu favor para devolver fôlego e melhorar o desempenho da sua equipe. E isso sempre utilizando doses precisas de experiência e juventude num time que ataca em velocidade e que se defende muito bem. O lado esquerdo (onde Egídio falhou na marcação em alguns momentos e sobrecarregou Yago Felipe e Luccas Claro na cobertura) ainda é o ponto fraco do Tricolor das Laranjeiras. Só que esse problema é compensado com muito volume de jogo e muita consistência no meio-campo do Fluminense.

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Chama também a atenção a constante melhora de produção no segundo tempo. Esse fôlego extra tem muito do planejamento e das ideias de Roger Machado com a entrada de jogadores leves pelos lados e volantes bons na marcação e no passe. Tudo para liberar Nenê de obrigações defensivas e dar mais minutos para seu principal jogador em partidas importantes. Como dissemos, pode não ser o estilo de jogo preferido da maioria. Mas é altamente eficiente e competitivo. Os resultados estão aí para provar essa tese.

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