Afastado da presidência de entidade devido a acusações de assédio, dirigente criticou ex-aliado e antigo presidente da CBF e o acusa de querer tirá-lo do poder com crise
Afastado da presidência da CBF desde que as acusações de assédio a uma funcionária da entidade se tornaram públicas, Rogério Caboclo fez seu primeiro pronunciamento oficial numa carta enviada aos presidentes das federações estaduais, e voltou suas baterias contra um ex-aliado: Marco Polo Del Nero.
Segundo a carta, obtida pelo Uol Esporte e demais órgãos de imprensa, Caboclo acusa o ex-presidente da entidade de tentar ‘dar um golpe’ através da pressão por sua saída. E que estaria tentando colocar em seu lugar ‘alguém que siga suas ordens’. O ex-dirigente, banido do futebol pela Fifa pelos escândalos de corrupção no futebol estaria tentando, segundo o presidente afastado, tentando lhe derrubar do cargo com ajuda de diretores que participariam de ‘sessões de carteado’ com o ex-presidente semanalmente e conversam com este através de Whatsapp.
Para Rogério Caboclo, a ‘conspiração’ para tirá-lo do cargo também envolveria pressão destes contra qualquer pessoa com quem mantenha contato através de um ‘regime de intimidação’ dentro da CBF. No qual até mesmo o comentário da proposta de uma liga criada pelos clubes brasileiros poderia servir como motivo para pedir seu afastamento do cargo.
O presidente afastado da CBF evitou comentar as acusações de assédio movidas pela funcionária do cerimonial da entidade, mas alegou que, depois do afastamento desta, teria recebido de um ‘alto dirigente’ da confederação com uma fita contendo as denúncias. Inclusive, acusou que ‘terceiras pessoas’ teriam pedido, em nome da funcionária uma indenização de R$ 12 milhões (depois reduzida para R$ 8 milhões), o que foi recusado pelo dirigente, acusando tal pedido como ‘chantagem’.
Caboclo criticou a abertura da denúncia de assédio e também da pressão de dirigentes da entidade por seu afastamento, que acabaria acontecendo posteriormente. Além disso, se disse vítima na polêmica de escutas ambientais, que teriam sido vazadas pela imprensa com o intuito de ‘o prejudicar’ num ‘ambiente de desconfiança’.
A situação do presidente ainda deve ser discutida na Comissão de Ética da CBF. Caso o afastamento seja definitivo, será convocada nova eleição para comandar a entidade.
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