Atacante vive ótima fase na Colômbia, mas não deve voltar o clube alviverde; Junior Barranquilla notificou que irá comprá-lo por US$ 4,5 milhões
Cada gol que Miguel Borja marca em 2021 deixa uma dúvida pairando na cabeça do torcedor do Palmeiras. Emprestado pelo clube ao Junior Barranquilla (COL) até o fim de junho, o atacante vem marcando gols com regularidade, inclusive pela seleção colombiana, por quem joga a Copa América de 2021. Ainda assim, seu retorno não parece estar nos planos alviverdes. Por que será?
Contratado junto do Atlético Nacional em janeiro de 2017, o colombiano nunca cumpriu as expectativas criadas por seu desempenho arrasador na reta final da Libertadores de 2016. Os mais de 9 milhões de euros pagos pelo Verdão — a maior contratação da história do time — após uma longa negociação também contribuíram para o “hype”, é bom dizer.
Em 73 jogos pelo Palmeiras, Borja marcou 21 gols e distribuiu cinco assistências. O camisa 9 até foi artilheiro da Libertadores e do Campeonato Paulista de 2018, mas sua média de um gol a cada três partidas foi bem menor do que a estabelecida com as 11 bolas na rede em 16 partidas pelo Atlético Nacional.
O desempenho motivou o clube paulista a emprestar o atacante no começo de 2020. A ideia era recuperar algo, seja seu futebol, sua confiança ou mesmo seu valor de venda, que naquela época tinha caído de 5 para 4 milhões de euros, segundo o Transfermarkt.
A boa fase de Borja no Junior Barranquilla
Um ano depois de ceder Borja ao Junior Barranquilla, o Palmeiras pode dizer que o seu plano deu certo. O centroavante balançou as redes 33 vezes em 55 partidas, uma média de 0,6 gols por partida praticamente igual à de 0,68 de 2016. Seu valor de mercado não foi completamente retomado mas chegou perto, batendo 4,8 milhões de euros.
Simultaneamente à recuperação do colombiano, o Verdão entrou numa crise técnica em seu ataque, além de uma questão financeira delicada a partir do estabelecimento de uma política econômica austera por parte do presidente Maurício Galiotte. O então titular da grande área, Luiz Adriano, já não vivia boa fase e o clube ignorou os insistentes pedidos de Abel Ferreira para a contratação de um concorrente ao atual camisa 10.
Não tardou, claro, para que Borja surgisse como uma solução para o problema ofensivo do Palmeiras. Não só o atacante havia recuperado o bom futebol como sua vinda não envolveria nenhum gasto a mais para o time — além do seu salário, claro.
O “não” do Palmeiras ao Borja e a volta de Deyverson
O retorno do colombiano ficou próximo de acontecer em janeiro de 2021. Em entrevista à TNT Sports, em março, Abel Ferreira admitiu que pediu o retorno do antigo camisa 9 para aquela que era a reta final da temporada de 2020. O processo só não foi adiante porque o atacante insistiu em jogar a Libertadores, o que o técnico português entendeu ser injusto com os demais jogadores do elenco.
Mais próximo do fim do contrato de Borja com o Junior, previsto para o fim de junho, o seu retorno voltou à pauta, mas também não se concretizou. O Palmeiras acabou optando por reintegrar Deyverson, que viveu algo similar no clube e fora dele, mas sem o mesmo sucesso em seus empréstimos. E que acabou agradando Abel Ferreira.
É justamente o sucesso do colombiano, enfim, que ajuda a explicar sua ausência nos planos do Verdão. Ao contrário do seu ex-colega, o sucesso do atacante do Junior tornou possível a recuperação de pelo menos uma parte do investimento feito pelo clube paulista.
A equipe de Barranquilla, inclusive, sinalizou que irá pagar os 4,5 milhões de dólares necessários para manter o jogador em definitivo, que dão conta de 50% de seus direitos econômicos. Até o Boca Juniors entrou na briga pelo colombiano. Assim, com a previsão de dinheiro na conta e com Deyverson suprindo ao menos a falta de uma opção para o comando de ataque, o Palmeiras optou por não contar com a volta de Borja.
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