Tino Marcos contou que a mudança na cobertura da Seleção contribuiu para sua decisão de deixar a emissora carioca
O jornalista Tino Marcos se despediu do Grupo Globo no início de fevereiro após 35 anos de casa, sendo um das nomes de peso, principalmente, da cobertura da Seleção Brasileira. Em entrevista ao programa ‘Bola da Vez’, da ESPN, que irá ao ar neste sábado (27), o repórter explicou a decisão de deixar a emissora carioca.
“Na verdade, há muitos anos eu programava intimamente essa possibilidade de sair da Globo sem experimentar um desgaste maior. Eu queria que o casamento terminasse sem grandes conflitos. Era um sonho que eu não sabia se teria condição de realizar, mas aos poucos isso foi se materializando’, disse o jornalista.
O ex-repórter da Globo admitiu que a mudança na cobertura da Seleção teve influência em sua saída da emissora. “Eu comecei achar que o que eu sempre fiz mais na vida, que era cobertura de Seleção Brasileira, ela começou a se modificar muito. A gente sabe que os processos de frequência para um jornalista na seleção brasileira mudaram muito. Hoje, a gente assiste 15 minutos de aquecimento, não assiste mais treinos táticos, mais nada. Às vezes tem uma entrevista, mas às vezes não tem nada. Então ficou muito árido e eu não queria me tornar aquele repórter chato, que fica ‘ah porque no meu tempo era mais legal’”.
A última cobertura de Tino Marcos com a Seleção Brasileira foi na campanha da Copa América de 2019, que rendeu ao time comandado por Tite – e sem Neymar – a conquista diante do Peru. Curiosamente, a despedida foi 30 anos depois de sua primeira cobertura do torneio, que também com título brasileiro no Maracanã.
“Eu achei que simbolicamente seria legal, e a direção entendeu muito bem que eu saísse naquele momento”, completou.
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