Mattos revelou ainda que o Verdão foi menosprezado pelo estafe do volante que preferiu ir para o Tricolor do Morumbi, e atualmente joga o futebol francês
O ex-diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, faz questão de demonstrar seu orgulho por ter contribuído para a reconstrução e reestruturação do Verdão, e tem a contratação do atacante Dudu, que se tornou um ídolo do clube, como um dos maiores acertos da gestão no Alviverde. Em entrevista ao programa “Dividida”, do UOL Esporte, o dirigente revelou uma história de bastidor que foi decisiva para a negociação com o ex-camisa 7.
Mattos revelou que tentou contratar o volante Thiago Mendes, que na época jogava pelo Goiás, mas o jogador acabou preterindo o Palmeiras acertar com o rival São Paulo. O ex-diretor do Verdão contou ainda que o empresário do atleta chegou a menosprezar o clube, chamando o time de “Palmeirinha” e afirmando ainda que o Alviverde era acostumado a “triturar” jogadores.
“Não vou te falar que fiquei frustrado, mas que mudou, na minha opinião, a história do Palmeiras. Todo mundo fala que o Dudu foi a ‘chavinha’, e foi a ‘chavinha’, mesmo, para mudar, fazer o resgate, (melhorar a visão do clube no) mercado, (aumentar a autoestima do) torcedor, etc., mas tem um jogador que foi inclusive a mudança que levou a contratar o Dudu: o Thiago Mendes, que hoje está na França e na época jogava pelo Goiás”, contou.
“Eu queria muito esse jogador [Thiago Mendes]. Só que o São Paulo estava contratando… Eu entrei no negócio, liguei para o empresário dele, com quem tenho boa relação, e para um familiar, não lembro se foi o pai ou o tio. Eles gostaram da ideia, mas me falaram: ‘O menino quer ir para o São Paulo, porque quer jogar a Libertadores’”, recordou o ex-diretor.
O ex-diretor do Palmeiras contou que o episódio envolvendo a recusa de Thiago Mendes entrou em seu coração, principalmente após ver o estafe do volante menosprezar o clube Alviverde. “Conversei com o jogador, pedi para o Cícero ir a Goiânia conversar com o jogador. Falei que a gente igualaria a proposta do São Paulo, pois o Paulo Nobre ia fazer esse investimento. E ali o jogador foi, foi, foi… E disse não. E ele tem o direito de dizer não. Mas o ‘não’ foi de que o Palmeiras… Eu lembro a frase do empresário ou do pai dele: ‘O Palmeiras tritura jogadores’. Ele usou até um termo pejorativo, falou que era o ‘Palmeirinha’, alguma coisa assim. E aquilo ali entrou no meu coração.”
“Chamei o Cícero e falei: ‘Faltam 10 dias para acabar o ano, paralisa as contratações e aí, no dia em que eu chegar ao Palmeiras, nós vamos ser diferentes. Seremos agressivos’. Cheguei no Palmeiras e fui até os empresários, viajei, trouxe eles para o nosso lado, falei que o Palmeiras não era mais aquele clube que não pagava. Falei que o time pensava grande, que tinha ambição de títulos, de venda de jogadores por altos valores, que não tinha base. Aí peguei o negócio e a gente foi agressivo, e até por isso que deu o volume (de contratações) que deu. Acho que essa tentativa de contratação (de Thiago Mendes) mudou o rumo do Palmeiras”, completou.
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Alexandre Mattos citou negociações mais recentes, após sua saída do Palmeiras, e que ajudam a ilustrar o atual momento do clube no mercado. “Hoje, você vê o Rony brigando no Athletico-PR para ir para o Palmeiras, você vê o Breno Lopes brigando no Juventude para ir para o Palmeiras, você vê o Viña, brigando no clube dele. Isso é um orgulho muito grande que eu tenho: hoje, os jogadores querem ir para o Palmeiras, e não sair do Palmeiras”.
“Quando eu cheguei, alguns queriam ir embora do Palmeiras, hoje todos querem ficar. Acho que esse ‘não’ do Thiago Mendes foi importante para que, no meu entendimento, para que eu conseguisse colocar uma maneira diferente de colocar o mercado próximo da gente, e aí temos a felicidade de ver o Palmeiras hoje lá em cima”, finalizou.