Home Futebol Atuação contra o Deportivo Lara mostra que time do Santos vem ganhando consistência apesar de ter sofrido mais do que deveria

Atuação contra o Deportivo Lara mostra que time do Santos vem ganhando consistência apesar de ter sofrido mais do que deveria

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate dos comandados de Ariel Holan e projeta a próxima fase da Libertadores

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate dos comandados de Ariel Holan e projeta a próxima fase da Libertadores

É preciso lembrar sempre que o trabalho de Ariel Holan ainda está no início e que oscilações vão acontecer nesse processo de adaptação entre o treinador argentino e o elenco do Santos. Mesmo assim, o empate em 1 a 1 contra o Deportivo Lara em jogo realizado nesta terça-feira (16) mostrou que o Peixe vem ganhando consistência e compreendendo melhor as ideias trazidas pelo seu (ainda) novo técnico. Por outro lado, a impressão que ficou em todos que viram a partida no Estádio Olímpico de la Universidad Central de Venezuela (em Caracas) foi a de que o Santos sofreu além do necessário diante de uma equipe que foi organizada mas que não mostrou muitas ideias além das bolas longas na direção de Darwin Gomez e Ángel Sánchez. O escrete comandado por Ariel Holan avança na Copa Libertadores da América e já começa a sonhar com voos mais altos na competição mais importante do continente.

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Por mais que mantivesse a posse da bola e aplicasse os conceitos do técnico Ariel Holan com o máximo de eficiência possível, o Santos não fez lá uma grande partida diante da esforçada equipe do Deportivo Lara. A equipe entrou em campo armada no 4-3-3 preferido do treinador argentino com Alisson recuando entre os zagueiros para liberar Pará e Felipe Jonatan para o apoio. Não era incomum ver o Peixe variar a sua formação para um 2-3-5 ou um 3-2-5 dependendo do que a partida pedia. Soteldo e Ângelo abriam o campo e também fechavam mais por dentro quando um dos laterais avançava pelo seu setor. Mais atrás, Sandry e Jean Mota também davam opção de passe. Com o Deportivo Lara marcando com uma linha de cinco na frente da sua área (no 5-3-2 proposto pelo técnico Martín Brignani), a estratégia de Ariel Holan consistia em gerar superioridade em todos os setores do campo.

Deportivo Lara vs Santos - Football tactics and formations

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O Santos entrou em campo armado no 4-3-3 mais adiantava seus jogadores para fazer a variação natural para o 2-3-5/3-2-5. Tudo para gerar superioridade numérica no campo de ataque e encarar a linha de cinco defensores montada pelo Deportivo Lara. Soteldo e Ângelo podiam abrir o campo ou jogar mais por dentro.

O escrete de Ariel Holan tinha a posse da bola, controlava as ações, mas parecia satisfeito com o resultado em Caracas. Tanto que o Santos não colocou tanta intensidade nas transições como fez no jogo de ida. Na primeira vez em que foi realmente veloz na troca de passes, Soteldo sofreu a falta que ele mesmo cobrou para abrir o placar e colocar um pouco mais de “tempero” num jogo que não tinha lá grandes emoções. Se o Peixe pouco ameaçava, o Deportivo Lara se limitava a atacar através das bolas longas buscando a sua dupla de ataque e tentar os “chuveirinhos” para a área do goleiro João Paulo. A juventude do time santista também pesava em algumas tomadas de decisões no campo ofensivo. Tudo parte de um processo natural dentro do processo de adaptação entre jogadores e treinador. E nesse ponto, Ariel Holan vem mostrando que está deixando seus atletas bem à vontade dentro de campo.

O Santos só se complicou na partida quando vacilou na marcação nas bolas aéreas e permitiu que Ignacio Anzola tivesse toda a liberdade para acertar bela cabeçada e igualar o marcador em Caracas. Isso aos 17 minutos da segunda etapa. Mesmo assim, o Deportivo Lara não mostrou muitas forças e nem muito repertório para marcar o segundo e levar a decisão para a disputa de penalidades. Diante desse novo contexto, Ariel Holan mandou Vinícius Balieiro, Bruno Marques, Gabriel Pirani e Lucas Braga para o jogo. E foram estes dois últimos que deram bastante volume de jogo ao Peixe nos minutos seguintes, mostrando que a equipe sofreu mais do que deveria. Pará e Pirani ainda desperdiçaram boas chances de balançar as redes, mas o empate persisitiu até o final da partida no Estádio Olímpico de la Universidad Central de Venezuela. Bom para o Santos e bom para Ariel Holan, que consegue mais um ótimo resultado.

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Santos vs Deportivo Lara - Football tactics and formations

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Ariel Holan acertou o time do Santos com as entradas de Vinícius Balieiro, Bruno Marques, Gabriel Pirani e Lucas Braga. O Deportivo Lara ameaçou nos cruzamentos para a área, mas não fez muita coisa além disso. Acabou que o Peixe sofreu mais do que deveria diante de um adversário apenas organizado e esforçado.

Os números do SofaScore mostraram que o Santos foi superior em quase todas as estatísticas. No entanto, uma leitura mais atenta mostra que a equipe ainda está se adaptando aos conceitos de Ariel Holan. Os 66% de posse de bola contrastam com as oito finalizações a gol (com apenas três delas indo na direção do gol de Luis Curiel). Assim como os 543 passes trocados (com 84% de acerto). Já se sabe que o treinador argentino gosta que suas equipes proponham o jogo e valorizem a posse da bola. Mas é preciso colocar mais intensidade nos movimentos para não deixar as jogadas previsíveis (problema percebido em alguns momentos da partida em Caracas). O Santos pode crescer de produção com o retorno de Marinho ao time e com a consolidação do estilo de Ariel Holan. A equipe vem ganhando consistência e os garotos parecem não sentir tanto o peso da camisa e das partidas. E isso é ótimo.

A vida do Santos na próxima fase da Copa Libertadores da América não será nada fácil. O Peixe encara o vencedor de San Lorenzo e Universidad de Chile, duas equipes de muito mais peso do que o Deportivo Lara e com muito mais repertório também. E isso num momento em que Ariel Holan mal chegou ao seu quinto jogo no comando do escrete da Vila Belmiro. As oscilações vão acontecer e é preciso que se tenha paciência nesse início de trabalho.

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