Home Futebol Real Madrid recupera espírito vencedor e se garante nas quartas de final da Liga dos Campeões; entenda

Real Madrid recupera espírito vencedor e se garante nas quartas de final da Liga dos Campeões; entenda

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca a vitória do escrete de Zinedine Zidane sobre a Atalanta nesta terça-feira (16)

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca a vitória do escrete de Zinedine Zidane sobre a Atalanta nesta terça-feira (16)

Pode parecer clichê, mas o peso da camisa e o espírito vencedor de uma equipe ainda fazem muita diferença numa competição como a Liga dos Campeões da UEFA. Foi exatamente isso que eu e você vimos na vitória do Real Madrid sobre a Atalanta nesta terça-feira (16), no jogo de volta das oitavas de final da Champions League. Sem poder contar com Casemiro, Zidane mandou a sua equipe a campo no mesmo 3-5-2 do escrete comandado por Gian Piero Gasperini. Os 3 a 1 construídos no Estádio Alfredo di Stéfano tiveram a participação direta de Modric (o melhor em campo na opinião deste que escreve), Vinícius Júnior, Benzema, Kroos, Mendy e Valverde. Todos com atuações muito consistentes. Mas o grande trunfo de Zidane foi a recuperação do “brilho nos olhos” de uma equipe que conquistou o continente quatro vezes na última década. E essa mudança de postura pode fazer muita diferença na sequência da Champions League.

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É verdade que foi a Atalanta quem começou melhor a partida no Estádio Alfredo Di Stéfano. A equipe de Gian Piero Gasperini se movimentava bastante e confundia a marcação do Real Madrid (que ainda se adaptava ao esquema com três zagueiros proposto por Zinedine Zidane). Conforme o tempo foi passando, o escrete merengue foi se organizando, adiantando a marcação e até fazendo uma pequena variação para um 4-4-2 com Mendy se lançando como ponta e Nacho Fernández avançando pela esquerda como um autêntico lateral. E para piorar a situação da Atalanta, o gol de Benzema (originado a partir de uma falha do goleiro Sportiello) pode ser fatal para o ânimo da equipe italiana que, apesar de todos os problemas na criação das jogadas e na marcação, ainda estava bem viva no duelo. Vale destacar aqui a grande atuação de Modric atuando como “primeiro volante” e dando o tom do Real Madrid na saída de bola.

Real Madrid vs Atalanta - Football tactics and formations

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Com o desfalque de Casemiro (suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos), Zidane montou o Real Madrid num 3-5-2 que variava para um 4-4-2 conforme a movimentação de Nacho Fernández e Mandy no lado esquerdo. A Atalanta começou melhor, mas foi caindo de produção e sentiu demais o gol de Benzema.

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Além de Modric, Kroos e Valverde também ajudavam a descomplicar a vida do Real Madrid com bons passes e muita concentração. Mais à frente, Benzema e Vinícius Júnior se movimentavam bastante e não davam sossego para Rafael Tolói, Djimsiti e Romero na zaga da Atalanta. Principalmente o camisa 20 do escrete de Zinedine Zidane. Mesmo com sérios problemas nas finalizações a gol, o jovem atacante sempre levou perigo nas arrancadas (aquelas que desmontam as linhas defensivas do adversário) e foi uma das principais armas ofensivas do time merengue. Perdeu um gol incrível (depois de fazer fila na zaga da Atalanta), mas sofreu a penalidade que Sergio Ramos converteu. A velocidade e a explosão de Vinícius Júnior também foram determinantes para conter o avanço da Atalanta na segunda etapa e também para abrir espaços na defesa rival. Há muito o que melhorar. Mas o brasileiro está no caminho certo.

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Mas o grande nome da partida se chama Luka Modric. O croata se movimentou muito para abrir espaços, marcou e atacou com a mesma qualidade e ainda distribuía passes açucarados no meio-campo. Tanto que a Atalanta quase não encontrava meios de entrar na área do Real Madrid. Gian Piero Gasperini ainda tentou mandar a sua equipe pra frente com as entradas de Zapata e Ilicic (numa variação para um 4-2-3-1 que mais abriu a defesa do que deu consistência ao ataque). Luis Muriel acertou bela cobrança de falta aos 37 minutos da segunda etapa, mas Asensio fez o terceiro do Real Madrid logo depois da saída de bola. Difícil não notar na equipe italiana um certo desânimo e uma rotação bem mais abaixo daquela que estávamos acostumados a ver no time de Gian Piero Gasperini. Modric, Kroos, Sergio Ramos, Vinícius Júnior, Benzema e companhia foram implacáveis na execução do plano de jogo de Zidane.

Atalanta vs Real Madrid - Football tactics and formations

Com a vantagem de dois gols no placar, Zidane descansou jogadores e manteve a formação inicial do Real Madrid no segundo tempo. A Atalanta ainda diminuiu com Luis Muriel, mas a queda anímica na equipe italiana ficou evidente depois que Asensio marcou o terceiro. Gian Piero Gasperini não tinha muito o que fazer.

É preciso dizer, no entanto, que o Real Madrid continua sendo uma equipe que ainda sofre demais com problemas coletivos e de ordem tática. No entanto, Zidane vai conseguindo recuperar o espírito vencedor do seu elenco e adaptando sua estratégia ao contexto de cada partida. O escrete merengue nos mostra uma postura diferente em confrontos de peso. Eu e você vimos isso no tricampeonato seguido da Liga dos Campeões da UEFA não tem muito tempo. É bem verdade que estamos falando de situações diferentes. Mas essa “nova face” do Real Madrid pode ser importantíssima nas próximas fases da competição interclubes mais importante do mundo. Modric, Kroos e Casemiro ainda são peças fundamentais no esquema tático do treinador francês. É nítido que Zidane vem montando o Real Madrid em torno dos três jogadores. Seja num 4-3-3 ou num esquema com três zagueiros.

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É difícil dizer até onde esse time pode chegar. Estamos falando de uma camisa pesada, de muita história e que ainda intimida os adversários. Isso ficou bem claro na partida desta terça-feira (16). Estamos falando de um clube que conquistou quatro Ligas dos Campeões da UEFA na última década. Boa parte do elenco vencedor ainda está lá e conhece os caminhos da competição. É por isso que este que escreve não se atreve a duvidar do Real Madrid.

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