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Um novo julgamento para o caso só deve acontecer em 2021 . Vale lembrar que Felipe Melo está afastado dos gramados enquanto se recupera de uma fratura no tornozelo
O volante Felipe Melo, do Palmeiras, foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em audiência nesta segunda-feira (14), pelo lance de chave de braço em um adversário na partida contra o Vasco, realizada no dia 8 de novembro. A procuradoria do órgão, no entanto, irá recorrer contra a decisão pela absolvição do jogador.
“Respeitamos a decisão, mas entendemos que não era caso para absolvição. Ele deu uma chave de braço no adversário. A procuradoria vai recorrer, e vamos ver o que acontece no pleno (instância superior do órgão)”, disse Ronaldo Piacente, procurador-geral do STJD, ao blog do jornalista Perrone.
Felipe Melo havia sido denunciado no artigo 254-A, que fala em praticar agressão física, e que constituem exemplos da infração prevista no artigo: desferir dolosamente soco, cotovelada, cabeçada ou golpes similares em outrem, de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou lesão ao atingido. A suspensão prevista nesses casos pode varia de quatro a 12 partidas.
“O artigo 58-B destaca que a atitude tem que ser grave. Os atletas estavam se puxando em uma falta a favor do Palmeiras. Quem tentava agarrar era o Léo Matos e os dois estavam se puxando. O atleta do Vasco continuou normalmente, não teve atendimento médico e depois o Felipe Melo sofre uma entorse e precisa ficar quatro meses afastado e o Léo Matos segue no jogo normalmente. A Procuradoria se reporta a um golpe de MMA, o árbitro e o VAR não entenderam assim. O árbitro era Anderson Daronco que é Fifa, junto com mais três auxiliares Fifa e mais uns cinco integrantes do VAR”, defendeu o advogado Alexandre Miranda, do Palmeiras, em trecho da sessão que foi reproduzido pelo site do STJD.
“O atleta é tecnicamente primário e está a um ano sem vir ao tribunal. Fato é que a denúncia não merece prosperar. A defesa pede que não seja admitida a denúncia nos termos do artigo 58-B. Se acolhida a defesa pede a absolvição do Felipe Melo. A gente vê o agarra -agarra, mas não vemos a conclusão. A imagem é inclusiva. Caso entendam que houve a conduta tentada, que se aplique o artigo 258 na forma do artigo 182”, concluiu o advogado.
Relator do processo, auditor Miguel Cançado afirmou durante a sessão não ver gravidade no lance. “Daqueles fatos que ganha grande repercussão e a mídia foi muito criativa quando traz a interpretação do lance por atletas do MMA. Com todas as vênias não consegui ver a gravidade nesse lance a ponto de aplicar a excepcionalidade do artigo 58-B. Não vejo dois elementos específicos do artigo 58-B: não vejo a gravidade e não vejo notório equívoco da arbitragem. Fico com a decisão da arbitragem e voto para não conhecer da denúncia entendendo que não há exceção do 58-B”, justificou.
Após a confirmação do recurso, o novo julgamento deve ocorrer apenas em 2021 – vale lembrar ainda que o volante não atua, justamente, deste a partida contra o Vasco por causa de uma fratura no tornozelo.
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