O clube da colina possuiu um ambiente pesado devido aos resultados e a posição na tabela. Com isso o clube tem sofrido diversas cobranças; confira
O Vasco ocupa a décima sétima posição do campeonato brasileiro. O Cruz-Maltino abre a zona de rebaixamento com 24 pontos, um ponto atrás do Sport que é o primeiro clube fora da zona. Em apenas um mês, o clube carioca já sofreu diversos protestos que vão desde pichações, faixas no CT até a invasão ao centro de treinamento. Ao todo, foram sete casos em menos de um mês.
Desse modo, o ponto mais crítico da relação com a torcida aconteceu ontem (10), quando um grupo de torcedores invadiram o centro de treinamento do clube em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Com isso, os torcedores ficaram cara a cara com o treinador português Ricardo Sá Pinto e com os atletas. O técnico saiu em defesa dos seus atletas e tomou frentes das conversas.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais foi possível observar os torcedores acessando um local através de um portão que estava aberto e sem sofrer maiores problemas. Alguns atletas ficaram incomodados com a situação, visto a facilidade da entrada da organizada. Os mesmos atletas foram abordados em menos de uma semana na porta do mesmo CT e com isso ficou uma sensação de insegurança e vulnerabilidade.
Por meio de uma nota oficial, o Clube de Regatas Vasco da Gama repudiou a ação e afirmou já estar tomando as providências.
Momento em que a torcida IRA JOVEM entra no CT para cobrar jogadores e comissão! 👏🏻 pic.twitter.com/RoGm18nTfV
— Cortes Casimito (@cortescasimito) December 10, 2020
Confira os 7 episódios ocorridos em menos de um mês:
Protesto antes da partida contra o São Paulo
Em 22 de novembro no Morumbi, o Vasco foi enfrentar o São Paulo. Dessa forma, antes da partida, um grupo de torcedores foi até ao hotel da equipe e protestou durante o embarque que levava os jogadores ao estádio. Alguns jogadores foram xingados e teve gritos de “time sem vergonha”. A PM estava no local para conter os ânimos.
Protesto na porta do CT
Antes da partida contra o Defensa y Justicia (ARG) válido pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, um grupo de torcedores organizados foi até o CT para abordar jogadores que chegavam para treinar. Atletas como Felipe Bastos, Yago Pikachu e Leandro Castan tiveram que descer dos seus carros e ouvir as cobranças. A PM esteve no local para conter os torcedores.
Agora no CT. pic.twitter.com/Uhm9irAGUk
— Colina Informa (@Colina_Informa) December 2, 2020
Protesto no dia da eliminação
No dia do jogo contra os argentinos pela Copa Sul-Americana, que ocorreu em 3 de dezembro torcedores vascaínos voltaram a protestar. Nesta partida, o Vasco foi eliminado com a derrota de 1 a 0.
Antes do jogo começar foi estendido uma faixa em São Januário que dizia: ” Golpello, o pior presidente da história. Doutor Pinóquio”.
Após a partida, visto a derrota e a eliminação, este mesmo grupo se dirigiu ao portão de saída dos atletas para protestar novamente. Com isso, a PM novamente entrou em ação e houve confronto que se estenderam pelos arredores do estádio.
Pichação no CT
Na madrugada após a eliminação, o centro de treinamento em Jacarepaguá foi o alvo dos torcedores com dizeres como “time sem vergonha” e “fora, Ribamar”. A alusão ao atacante tem referência a sua atuação na noite anterior, onde perdeu grandes chances de gol.
Muros do CT foram pichados após a derrota para o Defensa y Justicia.
📸: @Colina_Informa pic.twitter.com/ih4GaKq0IR
— NCB Vasco (@ncbvasco) December 4, 2020
Protestos no aeroporto
Antes da ida a Porto Alegre, onde foi goleado pelo Grêmio por 4 a 0 no último domingo (6), a delegação vascaína sofreu com mais protestos no aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
Mais cobranças no CT
Segunda- feira (7), uma organizada Cruz-Maltina alegou que foi ao centro de treinamento e teria feito cobranças aos jogadores e comissão técnica. Entretanto, o fato não foi confirmado.
No mesmo dia, uma faixa foram estendidas no muro do local com os dizeres: ” Situação e oposição, enquanto vocês brigam, o Vasco sofre”.
No CT mais cedo. Fomos cobrar jogadores, comissão técnica e diretoria pelo momento que o Vasco atravessa.
E pensar que essa faixa confeccionada em 2010 segue atual.
Permaneceremos atentos e vigilantes e cobraremos o quanto for necessário! pic.twitter.com/HRM2LwoRHM
— Guerreiros do Almirante – GDA (@gdavg_) December 7, 2020
Episódio final: a invasão
Ontem (10) ocorreu o momento mais tenso de todos os protestos até aqui. Um grupo de torcedores organizados invadiu o CT e abordou comissão técnica e jogadores dentro do gramado. Alguns atletas como Yago Pikachu, Leandro Castan, Talles Magno e Ribamar foram cobrados. Esses atletas foram os mesmos que tiveram que sair dos seus carros em outra ocasião.
Ações das organizadas não tem funcionado
Há um senso comum entre torcidas que protestos surtem efeito. Entretanto não é o que está sendo observado no Vasco. Desde o início destas manifestações, o clube entrou em campo cinco vezes e não venceu nenhuma. Com dois empates e três derrotas nesse intervalo, além de duas goleadas e uma eliminação.
Como foi nos outros rebaixamentos
Em 2008,2013 e 2015 quando o Vasco foi rebaixado para a segunda divisão também houveram protestos e invasões.
Estamos em 2020 e a cada ano, as invasões aos treinos do Vasco têm ficado recorrentes. Só pra ter idéia, em 2008, 2013 e 2015 o mesmo roteiro se repetiu. O final do filme todos sabem. Esperamos que nesse ano, não haja reprise. Que o quadro se reverta em campo. O clube é gigante. pic.twitter.com/n4aS0bI0cw
— Detetives Vascaínos (@detetivevasco) December 10, 2020