Home Futebol Prévia tática: Os trunfos de Paris Saint-Germain e Bayern de Munique e o duelo pelo prêmio de melhor jogador do mundo

Prévia tática: Os trunfos de Paris Saint-Germain e Bayern de Munique e o duelo pelo prêmio de melhor jogador do mundo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa os trunfos de cada finalista da Liga dos Campeões da UEFA e a briga particular pelo prêmio FIFA The Best

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa os trunfos de cada finalista da Liga dos Campeões da UEFA e a briga particular pelo prêmio FIFA The Best

A final da Liga dos Campeões da UEFA é, por si só, um grande evento. Não somente pelo lado financeiro, mas também pelo lado esportivo. Gostem ou não, estamos falando da competição interclubes mais importante do mundo e a que reúne os principais jogadores do planeta. A decisão deste domingo (23) vai reunir o que há de melhor no futebol mundial. De um lado, o poderoso Bayern de Munique de Lewandowski, Gnabry, Thomas Müller e Kimmich. Do outro, o cada vez mais forte Paris Saint-Germain de Neymar, Mbappé, Di María e Thiago Silva. No banco de reservas, um outro duelo entre os alemães Thomas Tuchel e Hans-Dieter Flick, treinadores de convicções claras e que prezam pelo futebol bem jogado e bem disputado. Partida que já entrou para a história. E isso sem falar no fato de que a final da Liga dos Campeões será determinante na escolha do melhor jogador do mundo na temporada.

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O estilo de jogo do Bayern de Munique ficou bem conhecido depois de empilhar goleadas na atual edição da Champions League e do massacre contra o Barcelona. E a equipe bávara depende muito de volume de jogo para pressionar após a perda da bola e depois atacar com vários jogadores pisando na área adversária. E isso sem depender dos gols de um cada vez mais iluminado e decisivo Lewandowski. A proposta do técnico Hans-Dieter Flick envolve riscos que precisam ser considerados na execução do seu 4-2-3-1 cosutmeiro. E o principal deles é o grande espaço que fica entre a última linha defensiva e o goleiro Neuer. Justamente por conta dessa postura agressiva e sufocante do Bayern. E é aí que mora o perigo. Como deixar espaços na sua defesa sabendo que o Paris Saint-Germain conta com um trio de alta velocidade e criatividade formado por Neymar, Di María e Mbappé?

Em entrevista coletiva concedida neste sábado (22), o técnico Hans-Dieter Flick explicou que não pretende mudar a estratégia da equipe apesar da preocupação com o trio ofensivo do PSG. “Nosso estilo depende da pressão alta para bloquear espaços do adversário em seu campo, mas, como consequência, há espaços deixados atrás. Sabemos que o PSG tem jogadores muito rápidos, mas, nos últimos 10 meses, sempre tentamos impor nosso estilo ao adversário. Sempre jogamos com uma linha alta e, no fim das contas, conseguimos resultados fazendo isso, então não vamos mudar muito nesse sentido”. Vale lembrar que o Bayern poderia ter se complicado de verdade no jogo contra o Lyon caso Depay e Ekambi tivessem aproveitado as chances que tiveram no jogo das semifinais. E o recado foi claro para todos: há espaços na defesa do escrete bávaro. Basta saber como aproveitá-los.

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É aí que entramos num dilema que deve estar atormentando os dois treinadores neste momento: vale a pena se reinventar por causa do adversário sabendo que sua equipe está em boa fase? Se a campanha do Bayern na Liga dos Campeões é absolutamente fantástica, também é preciso dizer que o Paris Saint-Germain cresceu muito na competição a partir do momento em que o técnico Thomas Tuchel resolveu apostar na qualidade do seu elenco. O 4-3-3 de saída de bola limpa com Marquinhos na frente da zaga acionando o trio ofensivo junto com Paredes e Herrera que deu liga a partir das semifinais contra o RB Leipzig tem sim condições de criar vários problemas para o adversário da final. Mas ainda existe sim um preocupação com a defesa nas duas equipes. Se Tuchel resolver reforçar a marcação com a entrada de Gueye, Hans Flick pode trazer Kimmich para o meio-campo ou até adotar uma postura mais cuidadosa.

E isso sem entrar na discussão que tomou conta das redes sociais. O duelo quase particular entre Neymar e Lewandowski pelo posto de melhor jogador do mundo na temporada vem ganhando mais espaço nos principais programas de debate do que a final da Liga dos Campeões em si. E vale lembrar que os dois precisam que suas equipes funcionem para que ambos possam mostrar o que sabem. Neymar depende que o PSG saia da pressão forte do Bayern na saída de bola para que este acione a velocidade de Mbappé nas costas da defesa bávara. E Lewandowski só poderá ser acionado se o sistema ofensivo de sua equipe fizer bem aproveitar bem os espaços que ele mesmo abre a partir da sua movimentação e bom posicionamento. Difícil crer que um deles “carregue o time nas costas” apesar de serem altamente decisivos. Até porque a final da Champions League envolve muito mais do que uma premiação individual.

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O segredo do sucesso do Bayern de Munique está na pressão na saída de bola e na alta intensidade colocada nas transições a partir do 4-2-3-1 de Hans-Dieter Flick. Mas esse estilo costuma deixar espaços entre a linha defensiva e o goleiro Neuer. Um prato cheio para a velocidade de Neymar e Mbappé, os principais trunfos do 4-3-3 de Thomas Tuchel no PSG.

Vale lembrar que os dois treinadores ainda possuem dúvidas. O goleiro Keylor Navas esteve fora das últimas partidas por conta de lesão muscular e pode voltar ao gol do Paris Saint-Germain. Do lado do Bayern, o zagueiro Boateng deixou o jogo contra o Lyon sentindo dores musculares. Seu substituto, Süle, é mais lento e mostrou certa dificuldade para contar Depay e Ekambi no segundo tempo das semifinais. E ainda existe a possibilidade de Pavard (que volta de lesão) ser utilizado com Kimmich indo para o meio-campo ao lado de Thiago Alcântara para trazer ainda mais qualidade ao setor. As possibilidades dessa final de Liga dos Campeões são incontáveis. Desde o mistério na escalação, passando pela estratégia que os treinadores vão adotar e pela maneira como Bayern e PSG vão se comportar na partida deste domingo (23), no Estádio da Luz, em Lisboa.

O que se sabe até o momento é que a decisão da Champions League é muito maior do que qualquer duelo individual por esta ou aquela honraria apesar de influenciar diretamente a premiação por conta da temporada atípica devido à pandemia de COVID-19. Neymar, Gnabry, Mbappé, Lewandowski podem entrar para a história como heróis. Mas não se surpreenda se um outro herói improvável roubar a cena em Lisboa.

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