Um dos maiores defensores da história do futebol morreu em 2000
Domingos da Guia conseguiu a proeza de ser ídolo em dois gigantes do futebol brasileiro antes mesmo do intercâmbio entre estados ser comum. Além disso, foi campeão fora do Brasil na década de 1930, o que era ainda menos comum.
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Muitos pensam em Domingos simplesmente como o pai de Ademir da Guia, maior ídolo da história do Palmeiras, mas o zagueiro foi mais que isso e não tem ligação alguma com o Verdão, a não ser pela carreira do filho.
Domingos, pelo contrário, é constantemente colocado em seleções do Corinthians, arquirrival do Palmeiras, já que defendeu o Timão entre 1944 e 1948, quando conquistou três títulos. Era chamado de “Divino Mestre”, por isso Ademir ficou conhecido como “Divino” em seu período como atleta.
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Início da carreira
O carioca iniciou a carreira aos 17 anos, em 1929, no Bangu, assim como seu filho. Jogou no clube até 1932, quando teve breve passagem pelo Vasco antes de se aventurar no futebol uruguaio.
Foi campeão local pelo Nacional-URU em 1933 e voltou a defender o Vasco entre 1934 e 1935. No ano seguinte aceitou o convite para deixar o Brasil mais uma vez e foi para o Boca Juniors, onde para muitos atingiu o ápice da carreira e foi campeão argentino.
Volta ao Brasil e consolidação
Domingos da Guia desembarcou na gávea no fim de 1936 para defender o Flamengo, clube em que é um dos grandes ídolos da história. Pelo Rubro-Negro se tornou conhecido em todo o Brasil e foi multicampeão, tanto de campeonatos oficiais quanto amistosos.
Ficou no Flamengo até 1943, quando assinou com o Corinthians, clube que defendeu até 1948.
Domingos se aposentou no fim do mesmo ano com a camisa do Bangu, aos 36 anos.
Títulos oficiais por clubes
Campeonato Uruguaio de 1933 (Nacional), Campeonato Argentino de 1935 (Boca Juniors), Campeonato Carioca de 1934 (Vasco), Campeonato Carioca de 1939, 1942 e 1943 (Flamengo), Taça da Cidade de São Paulo de 1947 e 1948 (Corinthians), Torneio Início do Paulista de 1944 (Corinthians)
Carreira na Seleção
Domingos ainda foi o grande zagueiro da Seleção Brasileira até o fim dos anos 40, mas foi atrapalhado pela falta de edições de Copa do Mundo devido à Segunda Guerra Mundial.
No único Mundial que disputou, em 1938, ajudou o Brasil a chegar ao inédito terceiro lugar e entrou para a seleção da FIFA ao lado do companheiro Leônidas.
Um lance, porém, o marcou para o resto da vida. Foi ele o autor do pênalti em Meazza, já no segundo tempo da semifinal contra a Itália. O próprio atacante converteu a penalidade e o Brasil caiu na semifinal. Domingos revelou antes do fim da vida que se sentiu culpado para sempre pela derrota.
Além disso, o zagueiro conquistou duas edições de Copa Rio-Branco e uma Copa Roca. Ainda foi eleito o melhor jogador do Sul-Americano de 1945 – torneio que antecedeu a Copa América – mesmo com o Brasil em segundo lugar, atrás da Argentina.
Fim da vida
O ex-zagueiro viveu no Rio de Janeiro até o fim da sua vida e acompanhou a carreira do filho, que brilhou no Palmeiras até se aposentar em 1977.
Domingos morreu em 2000, aos 87 anos, após sofrer um derrame.