Próximo do centenário, Cruzeiro vive o momento mais crítico de sua história
Até o ano de 2019 o Cruzeiro estava no seleto grupo de clubes que nunca havia caído para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. De 2015 até 2019 o clube mineiro passou por vários momentos, conseguindo chegar a dois grandes títulos nacionais seguidos, escândalos envolvendo dirigentes, dívidas expostas e o inédito rebaixamento para a série B.
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2015: Um ano sem títulos
Vindo da conquista do bicampeonato brasileiro dos anos de 2013 e 2014, o ano de 2015 para o Cruzeiro passou nulo. O clube não conseguiu chegar às finais do Campeonato Mineiro, o mesmo acontecendo na Copa do Brasil e Libertadores da América. No Brasileirão figurou entre os candidatos ao rebaixamento, conseguindo se reerguer com a chegada do técnico Mano Menezes.
2016: Apostas no comando técnico e o retorno de Mano Menezes
Em 2016, a Raposa apostou no inexperiente David, ex-atacante do clube, para o cargo de técnico. Ele deixou a equipe sem grandes resultados. O título do Mineiro ficou com o América. Para o Campeonato Brasileiro a novidade foi o comandante português, Paulo Bento. Sem conseguir resultados satisfatórios com seu ousado estilo de jogo, Bento foi demitido deixando o clube próximo da zona de rebaixamento.
Após um curto período no futebol Chinês, Mano Menezes aceitou o desafio de comandar novamente o Cruzeiro. O treinador conseguiu chegar às semifinais da Copa do Brasil de 2016, mas foi eliminado pelo embalado Grêmio de Renato Gaúcho. Prometendo ficar para o próximo ano e moldando o time à sua maneira, Mano iniciou 2017 como treinador da Raposa.
2017: Chegada de Thiago Neves e a conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil
A chegada de nomes conhecidos como o do meia Thiago Neves e a permanência de Arrascaeta foram essenciais para a boa temporada do clube mineiro. Mesmo perdendo o Campeonato Mineiro, o Cruzeiro conseguiu conquistar a Copa do Brasil em cima do Flamengo. No segundo jogo das finais, Fábio foi decisivo na disputa de pênaltis, defendendo a cobrança do meia Diego Ribas. Thiago Neves converteu a última penalidade e garantiu o pentacampeonato para a Raposa. O título não vinha desde 2003.
2018: Hexa da Copa do Brasil e consagração de Arrascaeta
No ano seguinte, o clube repetiu o sucesso na Copa do Brasil. Conquistou o título em cima do Corinthians, com vitórias nos dois jogos das finais. Arrascaeta foi decisivo na segunda partida no Itaquerão, em São Paulo. O Uruguaio entrou na segunda etapa e marcou o gol da vitória do clube celeste sobre a equipe paulista.
2019: Dívidas, problemas internos e o inédito rebaixamento
O ano de 2019 começou cheio de expectativas para o torcedor cruzeirense. O time voltou a bater o maior rival na final do Estadual, ficando com o título pelo segundo ano consecutivo. Na Libertadores, conseguiu uma ótima campanha na fase grupos, mesmo sem um dos seus principais jogadores, o meia Arrascaeta, que foi negociado com o Flamengo. O clube terminou como líder isolado de seu grupo. Mas foi eliminado precocemente nas oitavas de final para o River Plate.
O Cruzeiro conseguiu segurar um empate sem gols na Argentina, e viu o placar se repetir no Mineirão. Na disputa de pênaltis, Henrique e David desperdiçaram suas cobranças e contribuíram para a eliminação do clube brasileiro.
Pela Copa do Brasil foi eliminado pelo Internacional nas semifinais, perdendo o primeiro jogo no Mineirão pelo placar de 1-0, e sendo goleado por 4-0 no Beira Rio. Focando todas as suas forças no Brasileiro, a Raposa colecionou derrotas. E o que a torcida mais temia aconteceu: O inédito rebaixamento para a série B do Nacional.
Thiago Neves até hoje é apontado como um dos maiores responsáveis pela queda do clube, que em meio a péssima campanha, teve exposto seus problemas internos, como as dívidas na FIFA e os aumentos salariais de Itair Machado.
Três técnicos foram contratados para tentar salvar o Cruzeiro do rebaixamento. Rogério Ceni teve problemas internos com os principais jogadores do elenco, e acabou ficando pouco mais de um mês no cargo. O substituto, Abel Braga, não obteve sucesso e viu o clube se afundar ainda mais na competição. A salvação dependia de Adílson Batista, técnico que comandou a equipe entre os anos de 2008 e 2010 e conseguiu chegar ao vice da Libertadores. Nas três últimas rodadas, três derrotas e a queda inevitável, com direito a confusão da torcida nas arquibancadas, no último jogo contra o Palmeiras.
2020: O recomeço?
Para o ano de 2020, Adílson Batista continuo no cargo. Grandes nomes como Thiago Neves, Rafael e Fred deixaram o clube celeste através de processos na justiça. O goleiro Rafael, inclusive, assinou contrato com o Atlético Mineiro, maior rival do Cruzeiro. Outros atletas também deixaram o clube, como o atacante David e os meio-campistas Marquinhos Gabriel e Rodriguinho.
Itair Machado, Wagner Pires de Sá e Sergio Nonato não faziam mais parte da direção do clube. Dentro de campo, o time, formado por muitos jogadores da base, era comandado pelo jovem Maurício. No Mineiro, antes da paralisação por conta do Coronavírus, o clube repatriou o ídolo Marcelo Moreno.
Adilson Batista, mesmo com todo esforço, não conseguiu dar cara ao novo time do Cruzeiro. Saiu derrotado no clássico contra o Galo no Mineirão, diante de mais de 50 mil torcedores e no jogo seguinte foi batido pelo Coimbra, clube que disputa pela primeira vez a primeira divisão do Estadual. A derrota culminou na demissão do técnico.
Mesmo em meio a pandemia do Coronavírus, o Cruzeiro anunciou o novo técnico da equipe, Ederson Moreira, que estava no Ceará. No mês passado, o clube divulgou seu balanço trimestral, que mostrava um aumento de sua dívida com a FIFA.
Com a indefinição sobre o retorno das competições, a Raposa corre o risco de permanecer na série B em 2021, ano de seu centenário. No Mineiro, até o momento, não está se classificando para as fases finais, ocupando a quinta colocação. Pela Copa do Brasil, perdeu o primeiro confronto das oitavas de final para o CRB, por 2-0, no Mineirão, ainda no comando de Adílson Batista, e se complicou para o jogo da volta.
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