Colunista do Torcedores conta como entrou no jornalismo esportivo e a importância do Peixe na trajetória
Dia desses o Santos completou 108 anos de existência e história. E eu fiquei um tanto reflexiva, porque eu jamais imaginaria que minha profissão seria na área de jornalismo esportivo. E esse time com tanto peso me deu uma oportunidade única lá em 2017, quando comecei a atuar no LANCE!, e virou minha vida de cabeça para baixo. No melhor sentido possível.
“Mas, Gabi, você não gostava de futebol?”
Pasmem, eu não tinha nenhuma intimidade com o futebol antes de atuar na área. Eu não me interessava, eu não buscava, eu não vivia o mundo da bola. Era completamente paralelo ao que eu vivia e estava tudo bem. Que erro, né? E que doido, porque hoje eu não consigo me imaginar fazendo outra coisa.
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Lá em 2017, um rapaz chamado Russel Dias me notou em um aniversário em que eu fui com meu namorado. Em meio a conversas sobre séries, faculdade, TCC, chegamos ao assunto futebol e eu praticamente fiquei muda. E envergonhada por não saber me entrosar em um assunto tão universal. E mesmo mostrando o mínimo potencial para trabalhar com isso, dias depois eu recebi o convite mais maluco da minha vida toda: atuar na área esportiva e cobrir o dia a dia do Santos FC.
Eu nem tenho palavras para agradecer ao Russel por ter insistido em mim, afinal, eu já havia recusado o convite duas vezes por desacreditar da minha capacidade em aprender o que hoje eu sei. O Russel foi muito paciente e um ótimo professor. E eu estava extremamente empolgada com a ideia de conhecer mais desse mundo. Demorou, penei, mas volto a frisar que hoje eu não me vejo fazendo outra coisa.
O Peixe tem uma parcela única e incrível na minha vida e é muito fácil de notar o carinho com que falo do clube nas minhas redes sociais. Se meu nome rodou algumas edições do LANCE!, se eu pude conhecer estádios e viajar por aí para cobrir vitórias, empates e derrotas, se eu pude fazer entrevistas que ficarão marcadas para sempre na minha vida (…) foi porque o clube me trouxe a oportunidade.
E por mais que o machismo tente diminuir essa magia que existe no futebol e na cobertura, eu não sei exatamente de onde nós, mulheres, tiramos forças. Mas é surreal. É de outro mundo a vontade que temos de passar por cima disso, nos posicionarmos, fazermos história, estudarmos mais e mais para termos capacidade e solidez para calar a boca de quem tenta arranjar argumento. O futebol faz isso conosco. O amor que temos e como ele nos move. É LOUCO!
Por isso, se você sonha com essa área (ou também não sonha, rs), se abra para oportunidades. O futebol mudou minha vida e minha rotina. E pouca coisa me faz mais feliz do que trabalhar com isso. Apurar, trocar ideia com torcedor no Twitter, noticiar, entrevistar, fotografar… o jornalismo é incrível. Obrigada por insistir em mim, Russel.
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