Andrea Gaudenzi analisou a atual situação do circuito profissional, paralisado por conta da pandemia de coronavírus
O presidente da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), Andrea Gaudenzi, falou nesta quarta-feira (08) sobre o planejamento para o futuro do circuito profissional de tênis, paralisado desde março por conta da pandemia de coronavírus. Em entrevista veiculada pelo site português Bola Amarela, o italiano admitiu a possibilidade de o esporte não ser retomado em 2020, e analisou o polêmico adiamento de Roland Garros.
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Roland Garros e futuro do circuito ATP
O presidente da ATP começou sua análise opinando sobre a mudança promovida por Roland Garros. Inicialmente agendado para maio, o Grand Slam francês foi transferido para o final de setembro em decorrência da crise do coronavírus. A medida, porém, irritou vários tenistas, que acusaram a organização do evento de ter tomado “decisão unilateral”.
“A ‘jogada’ de Roland Garros é compreensível. Eu assisti ao discurso do presidente Macron e ele foi muito direto sobre a situação vivida na França, pelo que os seus eleitores entraram em pânico e a Federação Francesa sentiu o desejo de ‘plantar’ a sua bandeira naquele momento de setembro, independentemente do que pudesse acontecer. Isso, por sua vez, desencadeou uma conversa muito aberta e franca com os presidentes de outras partes interessadas, e chegamos à conclusão de que todos fazemos parte da mesma história e moramos no mesmo condomínio. Portanto, não há espaço para decisões unilaterais”, disse.
Após a exposição de seu ponto de vista, Gaudenzi admitiu as dificuldades para o possível retorno do tênis em 2020.
“Ninguém sabe quando poderemos retomar a competição, por isso não faz sentido falar sobre agosto ou setembro. Tudo é hipotético. Então, não adianta bater com a cabeça na parede por algo que pode não ocorrer, porque pode muito bem acontecer de o tênis não voltar este ano”, afirmou.
A suspensão do circuito ATP é válida até o dia 13 de julho. O prazo, porém, poderá ser alterado em decorrência do avanço da crise mundial de saúde.
Planos para o futuro
Apesar do pessimismo demonstrado, Andrea Gaudenzi detalhou seus planos para o restante do ano.
“O nosso princípio de operação é muito simples: temos que tentar jogar o maior número de torneios que pudermos nas semanas que temos à nossa disposição, a fim de preservar as classificações, os prêmios monetários, e acima de tudo, a fim de proporcionar entretenimento para os nossos espectadores. Eu represento a ATP, mas os Grand Slams são os Grand Slams. Temos a ATP Finals em novembro, mas meu desejo é que os jogadores de Londres tenham a chance de provar que são os melhores em três Grand Slams e sete eventos Master 1000 e que seremos capazes de coroar o melhor jogador do mundo, como costumamos fazer”, declarou.
O presidente da ATP também revelou que a ideia atual possui o aval do “Big Three”.
“Os jogadores concordaram comigo. Conversei com todos os membros do Conselho de Jogadores, conversei com Roger (Federer), Rafa (Nadal) e Djokovic. Todos concordam que nossa filosofia deve ser a de sediar os eventos de maior prestígio”, frisou.
Por fim, o italiano trouxe maiores detalhes de seu planejamento.
“Idealmente, gostaríamos de remarcar dois Masters 1000 de saibro, antes ou depois de Roland Garros”, concluiu.
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