Em entrevista à Rádio Transamérica, Felipe Ezabella falou sobre o atual momento do Corinthians, dentro e fora do campo
O momento do Corinthians é delicado na temporada. Mas não é só dentro de campo que a situação está crítica. Se analisar friamente, tudo é apenas um reflexo do que acontece nos bastidores do clube. E nesse momento de crise também política, Felipe Ezabella, líder da oposição do time alvinegro, detalhou o que acontece internamente no Corinthians.
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Risco de rebaixamento do Corinthians
Doutor em Direito Desportivo, Ezabella diz temer o pior. Ele apontou inclusive o rebaixamento como consequência de um planejamento de contas ruim.
“Nós já tivemos muito próximo a isso, na saída do (Alberto) Dualib. Foi há 12, 13 anos atrás, mas foi quando o Corinthians começou a ser rebaixado, não foi só em 2007.”
Comparação com o Cruzeiro de 2019
Inevitavelmente, surge a comparação com o time do Cruzeiro, que da mesma forma ‘gastava mais do que tinha’. Felipe Ezabella fugiu de qualquer polêmica com o clube mineiro, mas achou semelhanças entre as gestões.
“Todo mundo fala que vai virar um Cruzeiro. Eu não gosto dessa comparação, porque são histórias, torcidas e problemas diferentes. O que tem em comum são más gestões, falta de transparência e, logicamente, um clube que fatura metade do que deve vai ficar sufocado financeiramente, não vai conseguir pagar nem a dívida nem o corrente, e obviamente isso reflete no nível técnico e pode levar a um rebaixamento, como aconteceu no Cruzeiro.”
Reflete dentro de campo
Ezabella apontou o quanto as dívidas do clube, podem afetar o clube dentro de campo.
“Você tem uma dívida de 700, fatura 300 e continua a gastar. O clube já está sufocado, com dívidas fiscais, o problema do estádio, débito com atletas e fornecedores, vai ficando sufocado e a qualidade técnica vai caindo. Chega uma hora que pode não ser suficiente nem para disputar títulos nem para jogar em alto nível.”
O Corinthians deve contratar menos ou contratar mais barato?
Mesmo com tantas dívidas, a gestão atual do Corinthians se destaca negativamente, por comprar bastante e utilizar pouco. Pra piorar, o clube tem diversos jogadores emprestados, que ainda são pagos pelo menos em parte pelo clube alvinegro. Felipe Ezabella explicou o quanto essa gestão de atletas impacta de forma geral.
“Não necessariamente. Tem de aumentar a receita, mas não passa por contratação de jogadores mais baratos, diminuição de salários. O que acontece é que, segundo o levantamento do jornalista Fernando Galvão, o Corinthians contratou, em dois anos, 64 jogadores. Não tem como um elenco render em dois anos com 64 jogadores. Seria muito melhor se, ano a ano, trocasse, três, quatro, cinco jogadores, colocar duas apostas. Isso impacta de forma gigantesca na nossa folha, porque o jogador não consegue formar e o clube empresta pagando o salário.”
Exemplo de clubes europeus
Ezabella terminou utilizando o exemplo de times europeus, que também tem dívidas, mas se mantém no pelotão de cima tecnicamente.
“Ninguém quer ser campeão de balanço, ser o mais rico. A questão é ter receitas para montar uma equipe competitiva. Manchester United, Barcelona, Real Madrid, todos esses clubes têm dívidas gigantescas, valores absurdos. O problema não é ter dívida, é ter receita muito abaixo da dívida.”
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