Medida adotada pelo Grand Slam francês causou descontentamento em personalidades do mundo do tênis
O torneio de Roland Garros anunciou nesta terça-feira (17) o adiamento do evento para setembro devido à pandemia do novo coronavírus. A decisão tomada pela organização do Grand Slam francês, porém, causou insatisfação em jogadores e entidades, que acusaram falta de comunicação. Um dos questionadores mais enfáticos foi Raúl Zurutuza, diretor do ATP 500 de Acapulco, maior torneio de tênis da América Latina. Em publicação nas redes sociais, o dirigente criticou o “egoísmo” dos responsáveis pela competição francesa.
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Críticas a Roland Garros
Em sua publicação, Zurutuza reprovou a decisão da organização de Roland Garros, “a quem chamou de traiçoeira e egoísta”.
“A decisão de Roland Garros de adiar o torneio para setembro é, do meu ponto de vista, traiçoeira e egoísta. Só demonstra o desdém que têm em relação aos outros torneios do circuito e, pelo visto, também aos jogadores, porque nem eles foram consultados”, escreveu.
La decisión de @rolandgarros de mover el torneo a Septiembre, es, desde mi punto de vista, alevosa y egoísta y solo demuestra el desdén que tienen hacia los demás Torneos del Tour y por lo visto también a los jugadores, porque a ellos no los consultaron. pic.twitter.com/xbIvb1RSUP
— Raul Zurutuza (@raul_zurutuza) March 17, 2020
Com o adiamento, o torneio parisiense será realizado na mesma data de outros torneios ATP e WTA.
Outras reclamações
A decisão tomada por Roland Garros ainda causou outras críticas no mundo do tênis. Em entrevista ao blog PuntodeBreak, o espanhol Roberto Bautista Agut (12 do mundo) se mostrou insatisfeito com a falta de comunicação da organização com os jogadores.
“Não acho apropriado falar sobre mudar a data de Roland Garros e não acho que seja o melhor momento, com uma semana entre o US Open e Roland Garros. Isso nos faz mudar de superfície e ter muito desgaste para cinco sets. Também não é bom que essas decisões sejam tomadas sem consultar os jogadores “, declarou.
Outro tenista a reclamar foi Jamie Murray, irmão de Andy Murray. Em entrevista ao GoTennis, o britânico questionou a decisão unilateral tomada pelo torneio.
“Foi uma decisão surpreendente, uma vez que pensei que no tênis trabalhamos todos juntos. O dinheiro não é tudo. É muito ruim que as pessoas tomem decisões sem contar com a opinião dos jogadores. O que se vai passar com os torneios que são jogados nessas mesmas datas?”, disse.
A insatisfação pôde ser observada também em uma publicação feita pela organização do US Open, um dos quatro Grand Slams do ano. Em nota, o evento norte-americano pediu união, e cobrou articulações entre as entidades que administram o tênis profissional.
Defesa de Roland Garros
Procurando se defender das críticas, o presidente da Federação Francesa de Tênis (FFT), Bernard Giudicelli, se pronunciou. Em declarações ao jornal francês L’Equipe, o dirigente garantiu que foi uma difícil escolha, e explicou que entrou em contato com Rafael Nadal.
“É uma decisão difícil, mas responsável. Estamos conscientes daquilo que é mais importante, mas assumimos o compromisso de manter o torneio. Não entendo as reações de alguns jogadores e da ATP. O Guy Forget (diretor do torneio) ligou para Nadal, que esteve a par da decisão”, enfatizou.
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