Premier League demorou a parar e agora pode não ter uma reunião muito tranquila para debater os diferentes cenários
A Premier League relutou até o último instante. Não queria ceder e, com o respaldo do governo britânico, pretendia ignorar o crescente problema do coronavírus no país. Enquanto outros campeonatos pela Europa já tomavam diferentes medidas, o futebol inglês batia o pé para garantir jogos normais, com a presença da torcida.
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Até não dar mais. Quando o vírus chegou aos elencos, já não havia como ignorar a séria questão. Uma reunião de emergência suspendeu a Premier League após Arteta testar positivo e diversas outras suspeitas serem reveladas.
O que acontece agora? Por enquanto, ninguém sabe. Em primeiro lugar, não é possível querer acelerar a volta do futebol. Como o governo local só mudou o nível de alerta na segunda-feira, o fim de semana ainda teve partidas da quinta divisão inglesa para baixo, apesar dos protestos e críticas de treinadores.
Agora, tudo parou. E a quinta-feira, 19 de março, será o primeiro dia importante de debates relacionados ao desfecho da temporada. Quando voltar? Só o tempo vai dizer, embora já se saiba que a previsão inicial de 4 de abril é inviável. A prioridade é a saúde pública. Mas como vai voltar é outra história.
Nas divisões inferiores, o discurso foi de que jogar com portões fechados traria mais prejuízo do que parar completamente os campeonatos. Afinal, os clubes menores dependem das receitas de ingressos para manter as atividades.
Na elite, talvez jogar sem torcida vire a principal alternativa para concluir as rodadas restantes. Mas e se não der tempo? Agora, com a Euro adiada, as ligas nacionais ganharam os meses de junho e julho no calendário, desde que a pandemia já tenha passado, evidentemente.
No fim de semana, a vice-presidente do West Ham sugeriu que a temporada seja anulada caso não seja concluída. Com 29 rodadas realizadas, não faria sentido. O título do Liverpool era questão de poucas semanas e a vantagem é grande o suficiente para evitar qualquer debate sobre sua legitimidade.
Outras definições prometem maior debate. Quem ficaria com as vagas na Champions? Quem seria rebaixado? Teria rebaixamento? A tabela mostra enorme equilíbrio e, mesmo compreendendo o ano como atípico, seria injusto terminar como estava. Há, inclusive, jogos atrasados que poderiam mexer com a classificação.
Clubes da Championship, a segunda divisão, já se movimentam para cobrar legalmente o direito do acesso. Quem sobe já é outro problema, pois o campeonato também foi interrompido antes do fim.
Muitas discussões serão necessárias. E talvez o mundo ideal do civilizado debate dentro da liga seja atropelado pela enorme guerra de interesses individuais. Será um teste importante para a Premier League mostrar grandeza, organização e maturidade, algo que já ficou faltando no primeiro momento da gestão da crise global.
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