A Federação Americana de Ginástica propõe acordo para abafar escândalo com médico que abusou de atletas
Médico da equipe nacional de ginástica dos Estados Unidos e médico osteopata na Universidade Estadual de Michigan, Larry Nassar, molestou cerca de 500 mulheres incluindo várias ginastas olímpicos famosos, que datam do passado, desde 1992, o médico atualmente cumpre 360 anos de prisão por seus crimes.
As acusações contra o médico tiveram início no segundo semestre de 2017 e se intensificou no mês de outubro, quando a ginasta McKayla Maroney da seleção americana, afirmou ter sofrido abusos por parte dele desde os 13 anos. Na época o médico de 54 anos admitiu ser culpado nas múltiplas acusações feitas por mulheres de diferentes idades.
A Federação Americana de Ginástica (USA Gymnastics) e o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) atualmente respondem pelos crimes do Larry, as entidades são acusadas de acobertarem os crimes do ex-médico. No fim de janeiro a Federação Americana de Ginástica ofereceu um acordo às vítimas para encerrar os processos na justiça totalizando 217 milhões de dólares (cerca de R$ 1 bilhão). Cada sobrevivente receberia entre US$ 85.550 (cerca de 370 mil) e US$ 1,25 milhão (mais de R$ 5,6 milhões).
A oferta de acordo da USA Gymnastics não exige que as autoridades da modalidade divulguem informações que esclareçam como Larry Nassar conseguiu molestar tantas mulheres e meninas por tantos anos e também isenta a instituição de qualquer responsabilidade.
A atleta americana mais badalada atualmente, Simone Biles, dona de cinco medalhas olímpicas, publicou em suas redes sociais a sua insatisfação com a proposta feita e em seu twitter acrescentou: “eles também não querem saber como tudo foi possível e quem deixou acontecer para que isso nunca mais aconteça? As pessoas não devem ser responsabilizadas? ” – Escreveu Simone.