Tricolor terá duas competições para dividir atenção nos próximos meses
O São Paulo começa a sua trajetória na tão esperada Libertadores nesta quinta-feira e, nesta largada, vai priorizar o tradicional torneio sul-americano em detrimento do Campeonato Paulista (deve jogar com os reservas na volta da viagem, em Ribeirão Preto, contra o Botafogo). Essa é a estratégia para a primeira semana de conflito. Mas e dali pra frente?
Vale jogar suas fichas numa chave de grupos super complexa na Libertadores ou fincar o pé no Paulistinha, que parece hoje “sem dono” e que pode tirar o time da fila depois de anos de jejum?
Antes de responder a pergunta (até pouco tempo atrás não haveria dúvida…), vamos a algumas pitadinhas históricas quando o assunto no São Paulo foi priorizar ou não a Libertadores…
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Em 1987, depois de vencer o Brasileiro, o São Paulo iniciou pela primeira vez o “Projeto Tóquio”. Mas já largou errado… O técnico Pepe decidiu poupar Muller, principal craque do time, deixando-o no banco na estreia contra o Guarani, em Campinas, preservando o atacante para o jogo do Estadual, contra o Mogi Mirim. Fala sério… O time perdeu no Brinco de Ouro, Pepe levou uma escovada daquelas e nem terminou no comando a fase de grupos na Libertadores. O São Paulo acabou precocemente eliminado.
Até Telê Santana quase dançou por menosprezar a Libertadores. Em 1992, escalou o time reserva para a estreia contra o Criciúma, priorizando o Brasileiro. Para Telê, a Libertadores era um torneio onde a deslealdade imperava. Pois o São Paulo perdeu de 3 em Criciúma, Telê emendou uma sequência de derrotas e por pouco não perdeu o cargo. Só não perdeu, porque corrigiu a rota e abraçou o torneio sul-americano, vencendo o Newell’s numa final épica no Morumbi – consagrando-se como o técnico são-paulino dos títulos internacionais.
A partir daí, Libertadores virou lei. Para o São Paulo, como clube. Para o são-paulino, como paixão. É a prioridade para qualquer tricolor que gosta de arquibancada, por exemplo.
Em 2005, Leão era o técnico do time e resolveu deixar Libertadores e Paulista no mesmo patamar. Não poupou ninguém. Ganhou o Paulista (último título do São Paulo no torneio, então por pontos corridos) e deixou a classificação encaminhada para a Libertadores (conquistada meses depois por Paulo Autuori) – mas quase arrebentou os jogadores (muitos deles lesionados).
O São Paulo não vence o Paulista desde esse longínquo 2005. Agora, vai poder deixá-lo “de lado”, administrando seus pontos, até o terceiro jogo da fase de grupos da Libertadores, contra o River Plate, no Morumbi. Depois disso é que são elas…
O vital primeiro jogo do “returno” da Libertadores é na altitude de Quito, dia 7/4, contra a LDU, entre as quartas e a semi do Paulista. O que fazer nessa semana?
Se avançar às finais do Estadual, o São Paulo terá o River Plate, na Argentina, dia 22/4, entre as duas partidas da decisão. O que fazer nessa outra semana? Jogar todas elas com o mesmo time me parece suicídio no futebol atual. O que você faria neste ano? Priorizaria Libertadores ou Paulistinha?
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