Arnaldo Ribeiro analisa o desempenho do São Paulo em 2020
Fernando Diniz foi bancado em nota oficial, ilustrada com vídeo e palavras que ele costuma usar em seu discurso, pela diretoria do São Paulo. Na “cruzada” trabalho/proposta de jogo x resultados, ele ganhou pontos.
Mas é unânime – até seus fãs na mídia em geral concordam – que seu time (ou seus times) padecem de um problema crônico: não conseguem transformar em gols as oportunidades que criam. O São Paulo de 2020 cria, produz, mas não confirma.
E o treinador tem alguma culpa se seus jogadores não conseguem empurrar a bendita bola para as redes? Em termos… Mas essa é uma outra discussão.
Em relação ao São Paulo a falta de um homem-gol é evidente. Pato não é. Pablo não é. Trellez não é. Brener pode vir a ser. Mas ainda não é.
Curiosamente o São Paulo abriu mão de um artilheiro recentemente, sem qualquer objeção. Falo de Diego Souza. O cara que definiu o último GreNal a favor do Grêmio em pleno Beira-Rio.
Diego está looonge de ser um Gabigol, não tem a juventude e a fome de Pedro, mas sabe concluir (de forma simples e eficiente) como poucos – além de ser um jogador competitivo ao extremo, que intimida árbitros, adversários e tudo mais. Mais ou menos como um Felipe Melo, no Palmeiras. O São Paulo também não tem uma figura assim. Fundamental em jogos grandes…
Mas fiquemos só na questão artilharia na análise de Diego Souza…
Sabia que ele é o segundo maior artilheiro da era dos Pontos Corridos, ficando só atrás de Fred? Sabia que ele é o maior artilheiro do São Paulo em Campeonatos Brasileiros desde Luís Fabiano em 2012?
No campeonato de 2018, quando o São Paulo chegou a ser líder, Diego foi o goleador da equipe com 12 gols. Ficou atrás apenas de Gabigol e Ricardo Oliveira, sendo que teve o maior aproveitamento em finalizações entre TODOS os atacantes do campeonato. Diego fez um gol a cada quatro finalizações. Foi e é um jogador do primeiro gol, do 1 x 0, dos três pontos. E por isso Renato foi buscá-lo para reforçar o Grêmio – o São Paulo até tinha chances de resgata-lo após a passagem pelo Botafogo, mas fingiu que não era com ele.
No Tricolor, Diego Souza superou Chavez, Pratto e, claro, Pato e Pablo, entre outros. Do Luís Fabiano de 2012 pra cá, digamos que ele só “perdeu” para Calleri, que disputou uma Libertadores brilhante. E só.
No São Paulo de Diniz, muito possivelmente Diego Souza seria o artilheiro e amenizaria o problema crônico da falta de gols. De forma simples e objetiva. Bem diferente dos demais jogadores ofensivos que o time tem hoje. Bem diferente…
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