Verdão estreia novo gramado hoje e jogadores comentaram sobre como a grama sintética interfere no jogo, para o time da casa e o adversário
No início de janeiro, o Palmeiras começou a obra de reforma do gramado do Allianz Parque, para a implantação da grama sintética, e neste domingo (16), irá estrear o novo gramado, em partida contra o Mirassol, pelo Campeonato Paulista.
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A grama sintética no Brasil ainda é algo em discussão nos clubes, e tratado como tabu por outros. O primeiro clube a adotar esse tipo de gramado foi o Athletico Paranaense, em 2016, na Arena da Baixada, sob argumento de não possuir condições adequadas no solo para manter um gramado natural, além do clima frio e úmido de Curitiba.
Desde então, jogar na Arena da Baixada tem trazido dificuldades aos adversários, chegando a registar séries de invencibilidade em casa, com direito a diversas coletivas de treinadores e jogadores dos visitantes lamentando a dificuldade com o gramado.
DISCUSSÕES NO FUTEBOL BRASILEIRO
Em 2017, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro se reuniram em um congresso técnico, e chegaram a proibir a utilização de grama sintética nos estádios do campeonato, após proposta do então presidente do Vasco, Eurico Miranda, atingindo diretamente o Athletico, único clube com grama sintética. Porém, no ano seguinte, em reunião dos clubes com a CBF, o veto à grama sintética foi retirado de forma unânime.
Por vezes, a grama sintética foi assunto em coletivas, como na coletiva de apresentação do treinador do Flamengo, Jorge Jesus, em junho de 2019. Jesus foi questionado sobre o gramado da Arena da Baixada, onde foi o palco de sua estreia pelo Flamengo, e o português afirmou que “Poucos treinadores têm essa experiência, e eu também não tenho muita. Dirigi um jogo de Champions League na grama sintética, é completamente diferente. Se eu pudesse decidir, campo sintético, não havia.”
JOGADORES COMENTAM SUAS EXPERIÊNCIAS
E agora neste início de 2020, a grama sintética volta à discussão no futebol brasileiro, com o Palmeiras implantando em seu estádio o novo gramado. Para saber um pouco mais sobre os efeitos desse tipo de gramado no desempenho dos jogadores, o Torcedores entrevistou os ex-Athletico Matheus Rossetto (Atlanta United – EUA), e Anderson Lopes (Consadole Sapporo – JAP), que contaram suas experiências com a grama sintética.
Matheus Rossetto, cria da base do Athletico, viveu toda a experiência da grama sintética no Furacão, já que estava no elenco principal de 2016, ano da implantação do gramado, e ressaltou as dificuldades para adaptação ao gramado: “Uma das principais dificuldades, talvez seja o piso, o chão, que as vezes é um pouco duro, mas pelo meu ponto de vista, tem mais pontos positivos que negativos”, afirmou.
Rossetto ainda destacou as diferenças para o gramado comum: “A diferença que tem para o gramado comum, é que na grama sintética se torna um jogo mais rápido, ainda mais quando eles molham a grama. Se torna um jogo mais rápido, a bola corre mais, o adversário sente um pouco mais de dificuldade para roubar a bola. Isso facilita para quem se adaptar primeiro.”
O ex-meia do Furacão aproveitou, também, para lembrar sobre sua adaptação ao gramado: “Acho que não é esse bicho de sete cabeças, como todo mundo fala. Eu fui um jogador que me adaptei muito rápido, assim como os outros atletas, já que o Athletico era o único clube do Brasil que tinha grama sintética”, completou Rossetto.
Por outro lado, Anderson Lopes, outro que viveu as experiências da grama sintética, também comentou as diferenças dos gramados, mas minimizou sobre as dificuldades. “Não vejo dificuldade, só vejo que o jogo fica mais rápido, a bola para menos e quica mais. O jogo fica mais leve, e pra quem é rápido, melhor ainda.”, destacou.
Anderson Lopes, atacante criado no Avaí, esteve no Furacão em 2016, e reforçou a parte positiva de jogar na grama sintética. “Você vê que os times já tão botando, né (a grama sintética). O Athletico, que eu já joguei ali, e nem parece que é grama sintética, é ótimo, é excelente. O Palmeiras tá botando agora, né, você vê que é uma coisa boa, é menos gasto, e pro jogador acaba não tendo tanta diferença assim.”
OUTROS ESTÁDIOS COM GRAMA SINTÉTICA
Com a estreia de hoje do Palmeiras, o Allianz Parque entra para um seleto grupo de estádios pelo mundo que possuem a grama sintética. Um destes estádios é o Luzhiniki, em Moscou, na Rússia, que foi o palco da final da Copa do Mundo de 2018, e possui grama sintética desde 2008, devido ao frio constante da capital russa. Outros casos famosos, são do CenturyLink Field, do Seattle Sounders e dos Seahawks (NFL), nos Estados Unidos, e do Estadio Caliente, do Xolos Tijuana, do México.
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