Bas Dost disse que temeu pela própria vida nos dias seguintes ao episódio ocorrido nos Leões
O holandês Bas Dost, hoje no Eintracht Frankurt, testemunhou na tarde desta quarta-feira (12) no julgamento do ataque ao CT de Alcochete, do Sporting. Ele relembrou os momentos em que foi atingido na cabeça e ficou desacordado por cinco minutos. Ainda revelou que possui cicatrizes do episódio.
“Eu estava no corredor para o vestiário. Vi o Vasco Fernandes dizer aos jogadores para entrarem, não entendi o porquê. Uma porta se abriu e um homem com uma máscara entrou. Depois entraram mais. Começaram a bater na porta e eu estava no corredor sozinho com eles, nesse momento estava com medo”, revelou o ex-jogador dos Leões.
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A invasão aconteceu em maio de 2018. Na ocasião, 40 torcedores do Sporting invadiram as dependências do centro de treinamento. Todo o ocorrido durou apenas 10 minutos, mas foi suficiente para agressão a jogadores e membros da comissão técnica – o técnico era Jorge Jesus.
“Um me bateu na cabeça, não vi o que tinha na mão. Caí imediatamente e começou a me dar pontapés, juntou-se a outro. Acho que apaguei por uns minutos. Depois o João Rollin [secretário adjunto] me levantou e me levou dali. Tinha muito sangue. Lembro de ter dito – acho até que fui um pouco egoísta – ‘por favor não me deixe'”, contou o ex-jogador dos Leões.
“Fui para uma sala onde estava o enfermeiro Carlos Mota e outro médico e me trataram da cabeça. Ainda tenho a cicatriz”, recordou Dost. Sem conseguir identificar quem lhe bateu, o holandês viu apenas que estava “vestido de preto”. “A minha primeira pergunta foi: ‘Eles já foram embora?'”, continuou.
Mais da invasão ao CT do Sporting
O jogador também foi questionado sobre porque tentou falar com os torcedores que invadiram o CT: “Eu já era jogador do Sporting há muito tempo, ia perguntar porque tinham entrado. Sou holandês e lá resolvemos as coisas a conversar”.
Bas Dost ainda revelou que temia por sua vida nos dias seguintes ao ataque: “Sim, foi horrível. Não deixava os meus filhos saírem sozinhos. Tive segurança em casa durante semanas até a minha mulher ir embora. Nem queria ir ao supermercado sozinho. Não posso dizer que agora tenha medo. Falei com um psicólogo em Lisboa, mas foi bom sair do país. Precisei de semanas para me recuperar”.
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