Estreia de titulares do Flamengo catapulta transmissões alternativas e lives do Maracanã

Entre webrádios, links irregulares e a TV oficial, número de espectadores viveu um boom com a estreia do time principal do Flamengo na temporada

Vem sendo assim desde que o campeonato começou. Por conta de um desacordo envolvendo o Flamengo e a Globo, detentora dos direitos de transmissão de 11 dos 12 participantes do Campeonato Carioca, o Rubro-Negro não vem tendo suas partidas transmitidas em nenhum veículo de TV, seja aberta ou fechada. Mas o apelo do time de garotos que substituía a melhor equipe do país era outro. Com a estreia da maior parte dos titulares, na vitória de virada sobre o Resende (3 x 1), uma enorme quantidade de torcedores habituados a torcerem diante da TV teve que se adaptar às transmissões alternativas que pipocaram na noite de ontem.

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A maior beneficiada, naturalmente, foi a TV oficial do Flamengo, a Fla TV. Mostrando apenas a torcida ou o rosto de narradores e comentaristas, sem imagens de campo, ela estilhaçou seus recordes de transmissão ao vivo durante os 90 minutos, atingindo um pico de 356 mil usuários. Para que se tenha ideia, são números equivalentes aos das transmissões no Facebook de alguns times mineiros ou gaúchos durante a última Libertadores. Reitera-se: transmissões ao vivo, com imagens, do principal torneio do continente.

No rastro da TV oficial, diversas outras emissoras de rádio e TV surfaram na onda do enorme engajamento dos flamenguistas. Pelo YouTube do Esporte Interativo, equipe principal composta pelo narrador Jorge Iggor, o comentarista Vitor Sergio Rodrigues e a repórter Monique Danello. Como resultado, 130 mil espectadores na reta final do jogo. No Facebook do EI, outros 40 mil. Emissoras de rádio, que geralmente já colocam suas transmissões na internet, também auferiram números de destaque.

O outro lado desta moeda veio das dezenas de lives piratas de YouTube e Instagram transmitindo diretamente do Maracanã. Ignorando um delito que o clube tenta coibir através dos seguranças do estádio, um sem número de transmissões foi registrado. A maior delas se aproximou da marca de 100 mil espectadores em tempo real, enquanto muitas outras variaram de 10 mil a 50 mil pessoas. Estas exibições eram marcadas pelo improviso e nenhuma garantia de qualidade, angulação ou mesmo continuidade da prestação do “serviço”. Em comum, a solidariedade de torcedores tentando resolver os problemas de milhares de outros. Por que não, ganhando seguidores nas redes sociais.

Enquanto ficam à mercê de negociações comerciais entre agentes que não controlam, os torcedores do Flamengo vem, ao menos, dando um show de engajamento. Os números citados nesta matéria, quando somados, também se aproximam daqueles registrados pelo próprio Fla em sua única veiculação pelo Facebook na última Libertadores. Naquela noite de quinta, o time que viria a fazer história, ainda sem os reforços do meio do ano, atropelou o San José por 6 x 1 no Maracanã diante um pico de 1,2 milhão de torcedores.

A questão é que agora foi apenas a fase de grupos da Taça Guanabara. Contra um time pequeno. E sem imagens.

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