Comentarista do Grupo Globo afirma que, se não houver mudanças, treinadores nacionais ficarão de fora do mercado “definitivamente”
Jorge Jesus, Rafael Dudamel, Jesualdo Ferreira, Augusto Inácio… Os treinadores estrangeiros “invadiram” o mercado do futebol brasileiro. Muito pelos sucessos do comandante do Flamengo e de Jorge Sampaoli, que já não está mais no Santos e pode assumir a seleção da Venezuela. Em seu quadro no GloboEsporte.com, o “Na Sala do Casa”, o ex-jogador e atual comentarista Walter Casagrande Jr. opinou sobre o tema.
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“Esses treinadores, o Jesus e o Sampaoli no ano passado, deram espetáculo. O Santos foi vice-campeão e o Flamengo campeão, jogando leve, com um jogo ofensivo. Mesmo quando estava ganhado os jogos, não se fechavam, atacavam o adversário, e com um futebol encantador, o que chamou muito a atenção da imprensa e, obviamente, dos torcedores. Isso foi o resgate do futebol brasileiro”, analisou.
Para Casagrande, a década mais recente foi marcada por um tipo de jogo diferente nos campos pelo Brasil. Ele considera que o português e o argentino resgataram uma essência perdida no país pentacampeão do mundo.
“Nos últimos dez anos, os times que ganharam campeonato ou o estilo de jogo no futebol brasileiro era o de marcação, pensavam primeiro em marcar, depois atacar, jogar por uma bola. Isso não é da raiz do futebol brasileiro e não era agradável. Só que a gente estava acostumado com isso. Quando, de repente, nós começamos a ver um Flamengo fazendo espetáculo e o Santos, nenhum torcedor quis mais aquilo. Todo torcedor quer repetir aquilo que eles estão fazendo. Os treinadores brasileiros estão perdendo espaço porque negavam a ofensividade do futebol brasileiro”, explicou “Casão”, que vê uma necessidade de mudança de postura dos técnicos do Brasil.
“Se os treinadores brasileiros não mudarem o modo de pensar, a visão do futebol, eles vão perder espaço definitivamente porque esses treinadores vieram para fazer uma coisa diferente, que o Jesus e o Sampaoli fizeram e com sucesso. Então, neste momento, quem está comandando o futebol brasileiro são os treinadores estrangeiros. A reciclagem vai ser necessária”, destacou.
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