Luxemburgo vê “covardia desnecessária” em rivalidade entre treinadores e profissionais da imprensa, e garante que tem lugar para todo mundo no futebol
De volta ao Palmeiras após fazer um trabalho muito elogiado no Vasco em 2019, o técnico Vanderlei Luxemburgo sabe que esse é o momento ideal para voltar a conquistar grandes títulos e, de alguma forma, calar os críticos. Em entrevista à TV Torcedores, o treinador palmeirense falou sobre a perseguição e as duras críticas que sofre pelos últimos trabalhos e por estar, por exemplo, desde 2004 sem conquistar um título nacional ou internacional.
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“Eu acho que é um pouco de falta de preparação dos profissionais. Nós temos poucos profissionais preparados na imprensa, com todo respeito. Acham que perseguir uma pessoa é jornalismo. Jornalismo são notícias e análises, e não a perseguição que você faz. Eu até falei com os jogadores que não é um processo atual, é um processo antigo, em que você é perseguido pelas pessoas”, avaliou o treinador.
Assista à entrevista completa de Luxa na TV Torcedores:
https://www.youtube.com/watch?v=G9CBC5hs2_E
O comandante do Palmeiras ainda criticou o fato de profissionais da imprensa opinarem sobre demissões de treinadores. Para Luxemburgo, é o clube que deve decidir qual é o momento de demitir um técnico. “Eu não vou lá na tua empresa falar ‘Você tem que ser mandado embora’. Acho que é uma falta de respeito, e tem jornalista que faz isso com a maior naturalidade. O cara está empregado, na ESPN, no SporTV, na Globo ou seja lá onde for, e fala ‘Ah tem que tirar o fulano, não dá mais, tem que mandar o cara embora’. Mas espera aí, que direito ele tem de falar isso? Ele pode dizer de o Vanderlei é um bom profissional ou um profissional ruim e se está ou não fazendo um trabalho legal, agora, a condição de mandar embora pertence a empresa.”
Para Vanderlei Luxemburgo, existe uma “competição muito grande” entre treinadores e comentaristas que não é percebida pelo público. “Eles querem mostrar que entendem mais que o técnico. Eu acho isso uma covardia desnecessária porque tem lugar para todo mundo. O comentarista tem que comentar o jogo de futebol, o que está acontecendo no jogo de futebol. E poucos tem essa capacidade de falar o que está acontecendo no jogo de futebol. Essa é uma realidade do Brasil e eu não vou conseguir mudar. Eu convivo com ela, faz parte.”
Ao ser questionado se chegou a pensar e aposentadoria no período que ficou sem trabalhar entre a saída do Sport, em outubro de 2017, até o retorno ao futebol no Vasco, em maio de 2019, Luxemburgo admitiu que precisou considerar algumas coisas, entre elas, justamente a relação com a imprensa.
“Eu tive diversas propostas de seleção e de clubes, mas eu estava pensando se valia a pena voltar ou não para essa ‘arena’, porque essa arena é complicada. Eu estou aqui com você dando essa entrevista, uma entrevista tranquila, com você perguntando tudo o que pode perguntar com educação, mas têm aqueles que são sem educação, que ficam atropelando, e eu teria que enfrentar tudo isso de novo”, explicou.
“Eu quero terminar em alto nível porque as pessoas não respeitam o profissional. Eles acham que têm o direito de execrar a carreira de uma pessoa por um momento que você não ganhou. Eu passei alguns anos sem ganhar, então eu passei a ser um mau profissional. Esqueceram toda a história que eu tenho no futebol. Então eu falei ‘Vou voltar e vou mostrar a minha qualidade profissional’. Eu até convidei alguns (comentaristas) para o debate, porque eles se acham o dono da verdade e que podem tudo”, disse o treinador, citando um caso específico, sem mencionar o nome.
“Eu convidei e até hoje eu estou esperando. Já vai fazer quase 1 ano que eu estou esperando a empresa marcar o dia, mas não vai marcar nada porque ele é covarde, ele é medroso e não vai vir para o debate nunca”, completou Luxemburgo.
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