Home Lutas Saiba como o MMA funcionava na época em que era “vale-tudo”

Saiba como o MMA funcionava na época em que era “vale-tudo”

Matheus Adami
Jornalista, editor do Torcedores. Passagens pelos jornais Metro, O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Marca Brasil, Agora São Paulo, Diário de S. Paulo e Diário do Grande ABC.
Jiu-Jitsu black belt Royce Gracie kicks at cruiserweight boxer Art Jimmerson during a 1st round match in the Ultimate Fighter Championships in Denver, Colorado. Gracie went on to win the match and eventually the championship. Mandatory Credit: Markus Boes

Jiu-Jitsu black belt Royce Gracie kicks at cruiserweight boxer Art Jimmerson during a 1st round match in the Ultimate Fighter Championships in Denver, Colorado. Gracie went on to win the match and eventually the championship. Mandatory Credit: Markus Boes

Durante muito tempo, o MMA não era conhecido como um esporte. Era, apenas, o “vale-tudo”, luta em que praticamente não havia regras. Muitas vezes, nem limite de tempo nem categorias de peso. O objetivo era, simplesmente, vence o combate.

Se hoje é possível ver as lutas divididas em rounds, com atletas usando lutas e equipamentos de segurança, é porque houve muita polêmica na maneira em que os atletas competiam. Basta ver a evolução do esporte, que transformou o vale-tudo em MMA.

Responsáveis pela popularização do jiu-jitsu no Brasil e no mundo, a família Gracie também foi responsável por começar o UFC. Mas, diferentemente de hoje, quando se tornou a maior organização de artes marciais mistas do planeta, o Ultimate Fighting Championship tinha muito menos regras no início. As únicas restrições no UFC 1 eram morder o adversário e enfiar o dedo nos olhos.

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Mas atletas de diferentes modalidades podiam se enfrentar, sem maiores restrições de equipamentos e peso. No UFC 1, disputado em novembro de 1993, o holandês Gerard Gordeau, representante do Savate, derrotou o sumoca americano Teila Tuli.

https://www.youtube.com/watch?v=Ll4g-pkzERs

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Gordeau foi derrotado apenas pelo brasileiro Royce Gracie, lutador de jiu-jitsu que foi o campeão do UFC 1. Royce (foto) também lutou (e venceu) o UFC 2, o UFC 4 e só não foi campeão do UFC 3 porque não disputou a final. No UFC 5, empatou a superluta com Ken Shamrock.

Ficou, assim, comprovado o objetivo da família Gracie ao fundar o UFC: comprovar a superioridade do jiu-jitsu frente às demais formas de lutas.

A vontade provar que o jiu-jitsu era melhor levou membros dessa arte marcial a disputarem um vale-tudo (muito longe dos padrões comtemporâneos do MMA) contra atletas da luta-livre esportiva em 1991. O chamado “Desafio Jiu-jitsu versus Luta Livre” aconteceu em setembro de 1991, no Rio de Janeiro, e contaria com cinco lutas. Apenas três aconteceram, com vitória dos membros do jiu-jitsu.

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Com o jiu-jitsu já estabelecido, foi natural o surgimento de organizações como o UFC. E, gradativamente, regras foram sendo adotadas. Em 1997, quatro anos depois do início do UFC, foram criadas as categorias de peso e a obrigatoriedade do uso de lutas. Também neste ano foram proibidos alguns golpes, como cabeçadas e ataques à nuca. E, em 1999, os rounds foram estabelecidos, tendo 5 minutos cada um, padrão empregado até hoje.

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Crédito da foto: Getty Images

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