Home Futebol Há seis anos na ESPN, Narrador afirma: “Até hoje fico impressionado e muito grato”

Há seis anos na ESPN, Narrador afirma: “Até hoje fico impressionado e muito grato”

Para se tornar um expoente no jornalismo esportivo, é necessário sempre acreditar. Além das oportunidades dadas e da preparação ao longo dos anos, é essencial ter o foco e manter na cabeça aonde se quer chegar. E assim é William Tavares.

Gabriel Lanza
Apaixonado por esportes desde a sua infância, Gabriel Lanza cursa atualmente a Especialização de Mídias Digitais Interativas na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), em Presidente Prudente - SP. Aos 23 anos, soma passagens por veículos de comunicação como Rádio 98 FM, Web Rádio Facopp, Torcedores.com, Portal Facopp, Coordenadoria Municipal da Juventude e PCI Concursos.

Créditoa da Foto: Reprodução/ Site da ESPN

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Formado em jornalismo em 2005 pela Universidade de Santa Cecília (Unisanta), em Santos, William sempre almejou trabalhar na área esportiva. De lá pra cá, soma passagens por veículos de comunicação como TV Tribuna, TV Primeiro, Rede Record e rádios Cacique e Litoral FM.

Já em 2011 chegou aos canais ESPN como repórter e apresentador de diversos programas. Apresentador, inclusive, do ‘Linha de Passe’, prata da casa que cresceu assistindo e que norteou sua vida profissional, o fazendo migrar para o jornalismo ao invés do cinema.

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Mas nem aquele garoto de Santos sonharia que as coisas aconteceriam tão rapidamente. Com o tempo, começou também a narrar jogos, se tornou apresentador do programa ‘Bate-Bola Bom Dia’ e mostrou ser um dos grandes jornalistas esportivos da TV fechada.

Em entrevista concedida ao Torcedores.com, o apresentador falou sobre o início de sua trajetória, sua preparação ao longo dos anos, o trabalho nos canais ESPN, o Santos Futebol Clube e muito mais.

CONFIRA O BATE-PAPO COMPLETO:

Torcedores.com: Para os que ainda não o conhecem, quem é William Tavares?
William Tavares: Jornalista formado em Santos, torcedor do Santos Futebol Clube, mas sempre imparcial e apaixonado por futebol e cinema. Estagiei na TV Tribuna em Santos, afiliada da Rede Globo, fui editor chefe na Record Santos, apresentador, repórter e produtor nas emissoras Santa Cecília TV e TV Primeira, ambas na Baixada Santista, além de trabalhar como âncora e produtor nas rádios Cacique e Litoral FM, ambas em Santos também. Cheguei na ESPN em janeiro de 2011 para ser repórter e apresentador. A narração fui aprendendo aos poucos.

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Torcedores.com: Por que a televisão, William? A TV sempre foi o veículo que você sonhou em trabalhar, ou foi mais uma oportunidade que apareceu?
William Tavares: Fiz jornalismo por causa de rádio e TV. São os dois veículos que sempre me atraíram mais pela dinâmica que proporcionam. Hoje a internet também está inserida nisso. O rádio tem um lado romântico que é cativante. Nada como um jogo narrado em rádio. Nada se compara. Tem mais emoção, fantasia também, é um prazer. O rádio é o grande companheiro do carro. Eu gosto muito de política. Trabalhei com jornalismo político durante muito tempo. Tinha um programa diário sobre isso na Santa Cecília TV. Então se você procura análises e debates sobre o tema durante todo o dia e não para em casa, o rádio ajuda bastante. A TV provavelmente porque sou de uma geração que cresceu antenada com tudo na TV. Hoje é a geração da internet, redes sociais, mas a minha era da TV. Adorava as belas edições de matérias e tudo que as imagens podiam proporcionar. Talvez por isso tenha seguido esse caminho. Como não perdia um Linha de Passe de Passe e a programação dos canais ESPN isso também ajudou. Sempre fui um fã de esportes.

Torcedores.com: Você já passou por Santa Cecília TV, TV Primeira, TV Tribuna, Record, e até mesmo pelas rádios Litoral FM e Cacique AM. Enfim, aprendeu de tudo um pouco e passou por várias funções. Isso fez e ainda faz diferença para você?
William Tavares: Faz toda diferença do mundo! Por ser de uma cidade menor, obviamente trabalhei em afiliadas e a realidade é bem diferente do que se tem nas capitais. Então você tem que se virar, ser criativo, muitas vezes ao vivo e no improviso. Isso me deu uma base tão sólida que tenho tranquilidade mesmo nos momentos mais tensos e de maior responsabilidade. O frio na barriga está ali, mas você sabe que vai dar conta do recado.

Torcedores.com: Aliás, de tanto assistir ao ‘Linha de Passe’, você decidiu ser jornalista. Anos depois, você estava trabalhando na emissora e apresentando este mesmo programa. Qual a sensação?
William Tavares: Indescritível. Até hoje as vezes termina o programa, o pessoal vai para o camarim e eu fico um pouco ali, sozinho, olhando o estúdio e pensando em como tudo aconteceu. Até hoje fico impressionado e muito grato, feliz por realizar o sonho.

Torcedores.com: Atualmente, você desempenha as funções de apresentador e narrador. Em sua opinião, qual a mais difícil delas? E há outra função na TV que tem vontade de fazer?
William Tavares: A mais difícil é narrar. Exige um nível de atenção maior. Pelo menos pra mim. Sou apresentador por natureza, a narração eu aprendi. Se você for um narrador por natureza que precisa aprender a artimanhas da apresentação certamente vai achar mais difícil ser apresentador. No entanto é uma função que me dá enorme prazer. É muito legal ser narrador. Fora que te força a estudar mais, estar mais antenado, trazer mais conteúdo para o jogo. Eu adoro narrar, mas preciso melhorar um pouco mais. Existe uma função que é a de editor de imagens. Eu acho sensacional!!! Montar uma matéria na ilha de edição, escolher a trilha adequada, acho fascinante. É um trabalho artístico. Como eu amo cinema talvez esteja aí a razão. O que faz sorrir, chorar, se identificar com os personagens de uma reportagem passa muito pelo edição.

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Torcedores.com: Trabalhar na ESPN é estar no meio de grandes profissionais e ex-jogadores. Isso é fato. Teve algum atleta ou ex-atleta que já te deixou nervoso, em função da admiração, na hora da transmissão?
William Tavares: É óbvio que te dá uma certa tensão no início fazer programa ao lado de grandes nomes do jornalismo. Você fica preocupado toda hora em não deixar transparecer essa tensão e também em não falar algo que pareça besteira pra eles. Você fica imaginando se eles acharam determinada pergunta idiota ou uma argumentação fraca, enfim…Depois de algum tempo convivendo diariamente e conhecendo as pessoas isso passa. 

Torcedores.com: Você já disse que o momento mais importante de sua carreira foi a transmissão, in loco, do US Open de Tênis, em 2012. Além do futebol e do tênis, há outro esporte que lhe agrada?
William Tavares: Sim. Curioso, mas gosto de pólo aquático. Também curto vôlei. Narrei prata para o Brasil em Londres 2012 no vôlei de praia. Outra coisa que eu narrei e achei sensacional foram os X Games. É muita energia e habilidade nas provas!!!! Sou fã de X Games.

Torcedores.com: William Tavares é torcedor assumido do Santos Futebol Clube. Diferente de muitos outros jornalistas, você sempre deixou isso claro. Em algum momento de sua carreira, este seu posicionamento te atrapalhou em algum momento?
William Tavares: Se eu falar para que time torço ou não falar sempre vai ter alguém achando que sou tendencioso com algum clube. Isso é fato na carreira de todo jornalista esportivo. Então prefiro logo falar e pronto. Nunca tive problemas com isso. Não considero problema gente que xinga nas redes sociais por alguma opinião, isso é rotina. Torcedor é paixão. Nós somos razão. Quando eu era apenas torcedor cansei de xingar jornalistas que falavam mal do meu time quando eu não concordava. É assim mesmo, é algo natural. Sempre existiu. As redes sociais só deram maior publicidade a isso. Se eu achar ofensivo, bloqueio o cara e pronto, simples assim.

Torcedores.com: O que é mais difícil: lidar com a ignorância de alguns torcedores, os jogadores e seus empresários ou os dirigentes e cartolas má intencionados do futebol?
William Tavares: Torcedor ignorante não prejudica o clube. O máximo que faz é encher o saco da gente nas redes sociais. O problema dos jogadores muitas vezes são os assessores que fazem jogo duro para os caras falarem conosco. Às vezes você precisa fazer política com caras que assessoram vários jogadores ou com assessoria de clubes. Não é simples. No entanto são os dirigentes e empresários que mais me incomodam. O histórico nos dá vários exemplos disso. Muitos passam pelos clubes, ganham dinheiro das mais variadas formas, administram mal, deixam o clube quebrado e quando saem seguem a vida normalmente. Eles deveriam pagar com o próprio patrimônio em caso de gestão corrupta ou incompetente. Os empresários tem parcela nisso. Viram parceiros de dirigentes e agem com a maior liberdade dentro do clube. Muitos não estão preocupados com o jogador, os caras querem é dinheiro! Lembrando que não estou generalizando.

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Torcedores.com: O que você pretende fazer daqui pra frente, não só em 2017, mas para os outros anos também? Qual seu plano de carreira?
William Tavares: Eu gostaria de participar ‘in loco’ da cobertura de um grande evento novamente. É uma grande experiência. Ampliar horizontes com o Bate Bola Bom Dia, cuidar do Linha de Passe com o carinho de sempre e fazer algo que ligue cinema e esporte. Há dois anos e meio participei de uma idéia muito legal nesse sentido com o pessoal do site Omelete. Era o Quarteto Fanático. Fizemos onze edições que foram ao ar na rádio ESPN. Tem no youtube porque havia uma câmera no estúdio. Todos os envolvidos são loucos pra retomar essa ideia. Só precisamos ajustar a um novo formato. Tenho essa dívida comigo mesmo.  

Torcedores.com: Muito obrigado pela entrevista, William, o Torcedores lhe agradece e deseja sucesso em sua caminha esportiva. Valeu pela atenção conosco!
William Tavares: Um abraço a todos e obrigado pelas indicações ao prêmio de melhor apresentador. Um dia eu chego lá. Valeu!